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Reserva de emergência: entenda quanto poupar e onde investir

Reserva de emergência: entenda quanto poupar e onde investir

Ao longo das últimas colunas falamos sobre os diversos tipos de aplicações de renda fixa e suas diferenças: emissores, prazo, rentabilidade, risco, etc. Agora, vamos falar sobre reserva de emergência.

Investir nesses ativos é, sem sombra de dúvida, uma parte-chave para pessoas que buscam uma vida financeira mais saudável, sendo essencial para aqueles que almejam juntar um recurso para a compra de um carro, imóvel, planejar sua aposentadoria, manter seu padrão de consumo no futuro ou até mesmo viver de renda passiva.

Nesse processo de construção de capital dentro de um universo de aplicações financeiras, existe uma coisa que é de extrema importância e que muitas pessoas desconhecem que é a montagem da reserva de emergência.

O que é a Reserva de Emergência?

A reserva de emergência é um capital que fica investido, mas que o investidor tem fácil acesso ao recurso e pode resgatar em um ou poucos dias. O objetivo da reserva de emergência é ser um recurso que esteja disponível a qualquer momento, em caso de necessidade inesperada.

Imprevistos acontecem na vida de todos: uma despesa médica, uma demissão… são várias as razões que podem implicar em uma despesa inesperada.

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No entanto, a capacidade de planejamento é determinante para garantir que o estrago no bolso seja o menor possível.

Como ninguém sabe quando pode precisar desse recurso, o ideal é que esse montante seja investido em produtos de renda fixa, com alta segurança e liquidez.

Quanto devo deixar aplicado na reserva de emergência?

É um consenso entre os planejadores e assessores de investimento que todas as pessoas devem ter uma reserva de emergência. Porém, o volume a ser aplicado acaba diferindo de um para outro. Isso acontece porque cada pessoa vive em uma situação diferente e têm necessidades específicas.

A gente recomenda que a pessoa tenha entre seis a 12 vezes o valor de seu custo mensal.

Exemplo: Se você tem um custo mensal aproximado de R$ 5 mil por mês, deve manter entre R$ 30 mil a R$ 60 mil na reserva de emergência.

Alguns fatores que podem influenciar para você definir o valor a ser deixado em reserva:

  • Regularidade de receitas – Se você é um profissional assalariado ou autônomo. Geralmente, um funcionário de uma empresa recebe o mesmo salário todos os meses, enquanto um profissional autônomo pode ter variações de renda de um mês para o outro, e assim seu orçamento pessoal acaba ficando mais instável.
  • Compromissos já assumidos – Se você possui um financiamento imobiliário, por exemplo, ou banca o plano de saúde dos pais idosos, sabe que esses gastos irão persistir mês após mês, havendo uma emergência ou não. Então, deve considerar essa despesa já provisionada.
  • Outros produtos financeiros – Se você possui um seguro de vida, de residência ou de automóvel, acaba tendo mais segurança em alguns casos específicos de emergência.

A gente recomenda que você consulte um assessor de investimento que ele irá conseguir te ajudar a definir o valor ideal da reserva de acordo com sua situação e necessidades.

Definido o montante a ser alocado, onde investir?

As principais características de uma aplicação adequada para a reserva de emergência, são:

  • Segurança: você não pode correr risco de crédito e de não receber o dinheiro aplicado de volta quando precisar.
  • Liquidez: a reserva é para ser usada a qualquer momento, então não faz sentido investir em ativos com prazo de carência.
  • Baixa volatilidade: o capital investido não pode sofrer oscilações, como acontece com ativos de renda variável, você corre o risco de precisar do recurso em um momento que o mercado estiver em baixa e ter que vender ativos no prejuízo… Então, nada de deixar a reserva em ações ou fundos imobiliários, por exemplo.

Algumas aplicações que se encaixam nessas características são:

  • Tesouro Selic: tem a segurança do governo federal, você pode ter acesso em d+1 (em um dia útil após pedir resgate) e tem pouquíssima ou quase nenhuma oscilação no preço do título, o rendimento é atrelado à Selic.
  • CDB com liquidez diária: conta com garantia do FGC para investimentos de até R$ 250mil em cada emissor; e a depender do horário em que pedir o resgate, o recurso pode ficar disponível ainda no mesmo dia, e na plataforma do BTG tem rentabilidade de 103% do CDI.
  • Fundo com liquidez diária/Tesouro Selic: tem como objetivo acompanhar a variação do CDI, a depender do horário em que pedir o resgate o recurso pode ficar disponível ainda no mesmo dia, geralmente o rendimento varia entre 100% e 107% do CDI.

E a poupança?

Os juros da poupança são calculados por duas taxas. Uma delas é a Taxa Referencial (TR), que é definida pelo governo e está zerada desde 2017. A ela, soma-se:

  • 0,5% ao mês (se a taxa Selic for maior que 8,5% ao ano)
  • 70% da Selic (se a taxa Selic for menor ou igual a 8,5% a.a.)

Exemplo: Considerando a TR zerada e taxa Selic em 8% a.a., a poupança irá render 70% da Selic, ou seja, 5,6% ao ano.

Exemplo 2: Considerando a TR zerada e taxa Selic em 9% a.a., a poupança irá render 0,5% ao mês, ou seja, 6% ao ano.

É importante notar que a partir do momento que a taxa de juros fica acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança continua sendo 0,5% ao mês + TR, independente de a Selic estar em 9% ou 14% a.a., por exemplo.

Considerando a TR igual a zero, o maior rendimento possível da poupança é cerca de 6% ao ano.

Ou seja: embora popular, a poupança não está nem perto de ser uma boa aplicação de renda fixa, então nada de deixar sua reserva de emergência rendendo juros de poupança!

Por Darlin Agazzi, Agente Autônomo de Investimentos