A BRZ, uma stablecoin pareada ao real brasileiro, tem previsão de alcançar o total de US$ 250 milhões em negociação ainda em 2020. Ela já registra mais de US$ 35 milhões negociados em apenas sete meses de seu lançamento.
A BRZ é a primeira stablecoin lastraeada em reais. Ela permite aos brasileiros negociar diretamente em reais, diferentes ativos digitais em exchanges também diversas. O suporte do ativo é a tecnologia blockchain da rede Ethereum.
A stablecoin foi criada no meio de 2019, pela Transfero Swiss AG. A empresa, da área de investimentos, tem foco na gestão de ativos digitais e é sediada em Zugo, pequena comuna na Suíça, a 30 quilômetros de Zurique. A região é conhecida como Crypto Valley. Há uma sede também no Rio de Janeiro. Para o CEO da companhia, o brasileiro Thiago Cesar, a BRZ traz liquidez e proteção contra a volatilidade para investidores do mercado cripto.
“Os traders contarão com uma stablecoin confiável para se proteger contra a volatilidade e entrar nos mercados de cripto sem a exposição inicial ao Bitcoin ou Ethereum, normalmente comprados com ágio no Brasil”, disse, à época do lançamento da moeda.
Reconhecimento internacional
Ainda de acordo com Cesar, a Transfero Swiss AG tem “uma divisão entre volumes em exchanges e no mercado de balcão, também conhecido como OTC. No mercado de exchanges começamos pequenos e hoje temos um volume negociado de US$ 100 mil por dia em média. Entretanto, no OTC sempre tivemos volumes relevantes. Desde o segundo semestre de 2019, chegamos a negociar um total de US$ 35 milhões em BRZ”.
Em janeiro, a BRZ recebeu o prêmio de principal stablecoin de um país emergente concedido pelo Miami Blockchain Center, conhecido canal para desenvolvedores e empreendedores.
Além disso, o CEO da empresa esteve no Fórum Econômico Mundial, na vizinha Davos. Ele participou de um painel sobre criptomoedas no CV Summit e apresentou a stablecoin sob a perspectiva de uma criptomoeda de um país emergente. Vale lembrar que as maiores stablecoins são lastreadas a moedas de países desenvolvidos, como o dólar e o euro.
“O BRZ está avançando porque há casos de usos reais para ele, seja para empresas e indivíduos no Brasil acessarem o mercado de criptomoedas internacional de forma mais ágil, seja para internacionalizar o real brasileiro, diante da baixa liquidez internacional da moeda fiduciária local”, ele disse.
Stablecoins
Para quem não está familiarizado, stablecoins são criptomoedas cujo valor está atrelado a um outro ativo estável. As stablecoins mais usadas no mundo são pareadas no dólar, mas elas também podem ser pareadas em commodities, ouro, imóveis, moedas fiduciárias de economias desenvolvidas, uma combinação de todas essas opções ou em qualquer outro ativo que seja relativamente estável. A BRZ é uma novidade porque é pareada com uma moeda de país em desenvolvimento.
São criptomoedas desenvolvidas com o objetivo de minimizar o problema da volatilidade do preço das criptomoedas. Por exemplo, uma stablecoins ligada ao dólar terá sempre o mesmo valor que a moeda fiduciária, na proporção 1 para 1. Isso significa que o valor das stablecoins é sempre o mesmo da moeda fiduciária na qual ela está atrelada.