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Boom de IPOs: saiba os principais pontos de um prospecto

Boom de IPOs: saiba os principais pontos de um prospecto

Em 2020, em meio a uma grave crise financeira, a B3 registrou o maior número de IPOs (Oferta Pública Inicial) dos últimos 14 anos. Ao todo, as 28 novas companhias listadas na Bolsa captaram o montante de R$ 117 bilhões.

O maior deles foi o da Rede D’Or (RDOR3), que levantou R$ 11,4 bilhões em sua estreia na B3.

Já para este ano, ao que tudo indica, essa marca será facilmente superada. Isso porque, até o final de junho, 26 companhias já fizeram sua estreia e outras 38 companhias estão na fila para abertura de capital ainda em 2021.

Entre os IPOs mais aguardados está o da Raízen, pertencente ao segmento de energia, cuja expectativa é de captar R$ 7 bilhões com a oferta.

Segundo especialistas, a queda histórica da taxa Selic contribuiu para esse boom de empresas abrindo o capital.

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Com uma taxa básica de juros que chegou a encostar nos 2% ao ano, muitos investidores ficaram ávidos para mandar seu dinheiro para a Bolsa, em busca de uma rentabilidade maior.

Como resultado, esse movimento contribuiu para tornar o mercado acionário ainda mais atraente às companhias que precisam se capitalizar, sobretudo no contexto atual de crise econômica.

Com isso, há uma enorme expectativa mais companhias na fila de espera para abrir o capital. Mas o investidor se vê perdido e confuso sobre quais IPOs entrar.

Afinal de contas, como saber se é um bom negócio investir em IPOs?

Por esse motivo, selecionamos alguns aspectos importantes que devem ser considerados antes de mergulhar de cabeça em IPOs.

O que é um IPO?

Primeiro passo importante é entender o que é o IPO de uma empresa. Trata-se de uma sigla usada para se referir ao termo em inglês “Initial Public Offering”, que traduzido para o português significa oferta pública inicial.

Dito de outro modo, o IPO corresponde ao processo de lançamento das ações de uma empresa no mercado de capitais.

Sendo assim, ao fazer um IPO uma empresa abre o seu capital social na Bolsa de Valores para o público em geral.

Alguns IPOS têm o poder de agitar os mercados pela expectativa de retorno que determinada empresa pode trazer. Esse tipo de evento atrai sobremaneira investidores inexperientes que se sentem atraídos por investir em IPOs acreditando na possibilidade de lucros rápidos.

Vale destacar, no entanto, que algumas ponderações precisam ser feitas antes de participar da abertura de capital. Entre as mais relevantes está o estudo criterioso de determinados pontos do prospecto da empresa que pretende abrir seu capital.

Prospectos de IPOs

O prospecto é o documento obrigatório que deve ser apresentado por toda companhia que deseja abrir o capital na Bolsa.

Assim sendo, cabe a empresa interessada preparar o prospecto e disponibilizar em seu site. Além disso, o documento fica na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Nesse documento, você vai encontrar todas as informações referente a abertura de capital da empresa. Ou seja, nele o investidor encontrará dados para avaliar se a oferta é interessante ou não.

O prospecto apresenta basicamente dois tipos de informações: uma parte delibera sobre aspectos da empresa e a outra, sobre a oferta em si.

Perspectivas e planos da empresa, os riscos do negócio, dados sobre a situação do mercado onde ela atua, condições da operação, tudo isso e muito mais você encontrará em um prospecto.

A verdade é que se trata de um extenso e enfadonho documento que frequentemente ultrapassa 200 páginas.

Caso recente foi visto no IPO da Smartfit (SMFT3), que apresentou um prospecto de 190 páginas. Mas esses números podem ser ainda maiores, como na abertura de capital da Intelbras (INTB3), fabricante de produtos e soluções em segurança, comunicação e energia, que chegou a acumular 996 páginas em seu prospecto.

Naturalmente, é inviável analisar página por página de um prospecto. Ainda assim, é essencial que o investidor se atenha aos principais pontos desse documento.

Isso porque ele contém informações fundamentais para que você compreenda a empresa que está abrindo o capital, de modo que assim possa tomar suas decisões bem embasadas.

Por conta disso, separamos abaixo pontos que merecem destaque na análise de prospectos de IPOs.

Principais pontos para observar em IPOs

1. Resultados financeiros da empresa

No prospecto, você encontrará o histórico dos indicadores financeiros e operacionais da companhia referentes aos últimos anos.

Geralmente são apresentados os dados de cerca de 3 a 5 anos. Isso permite ao investidor uma análise mais aprofundada da performance da empresa ao longo do tempo.

Mas há situações onde as empresas divulgam apenas informações mais superficiais, de 1 a 2 anos, no máximo.

De qualquer modo, seja o histórico de curto ou longo período, é bom compará-lo ao de outras empresas do segmento. Fazer esse paralelo é importante para descobrir se a empresa possui vantagem competitiva frente seus concorrentes.

2. Destinação dos recursos

Na oferta primária de ações, toda a captação dos recursos vai para o caixa da empresa. Então, a companhia consegue financiar novos projetos. Em outras palavras, ampliar fábricas, expandir operações ou até mesmo quitar dívidas.

Por isso, é indispensável descobrir o real motivo pelo qual uma empresa deseja abrir capital. Essas informações sempre constam no prospecto da empresa em questão.

Quando uma companhia faz um IPO porque busca crescer e aumentar sua área de atuação no mercado, o investidor também ganha com isso. Pois a tendência é que a ação se valorize à medida que os negócios avançam.

Por outro lado, há situações onde as empresas optam por abrir o capital mesmo sem estar preparada.

É o caso de companhias que fazem a oferta pública visando somente a quitação de suas dívidas.

Nessa situação, a depender do contexto, o investidor pode sair no prejuízo. Isso porque a empresa já estava “mal das pernas” quando abriu o capital.

3. Riscos relacionados à companhia

Investir em ações significa participar do mercado de renda variável. Sendo assim, é inerente à tomada de risco neste tipo de negociação.

Dessa forma, antes de tomar qualquer decisão, os potenciais investidores devem analisar com cuidado as informações sobre os riscos contidos no prospecto.

Isso porque resultado operacional, fluxos de caixa, liquidez, negócios futuros e vários outros aspectos da empresa podem ser afetados de maneira adversa pelos riscos.

Além dos riscos intrínsecos à companhia, o preço da ação pode ser afetado ainda por risco sistêmico. Ou seja, aquele no qual a empresa não tem controle pois afeta toda a cadeia econômica.

O surto de doenças, como o atual coronavírus, é prova disso. A crise sanitária desencadeou uma crise financeira que provocou forte volatilidade no mercado e resultou em pressão negativa sobre a economia mundial, impactando o mercado de ações.

Além disso, acontecimentos políticos, econômicos e sociais também podem prejudicar o valor de mercado dos ativos.

Vale lembrar também que a venda, ou a percepção de potencial venda, de quantidades significativas das ações após a conclusão da Oferta e o período de lock-up, poderá afetar negativamente o preço de mercado das ações.

Por conta disso e para não ter surpresas desagradáveis no futuro é importante que o investidor se atenha a esse ponto do prospecto.

4.Lock-up

Lock-up é a expressão usada para qualificar um período determinado onde os investidores não podem vender os papéis, sob pena de multa.

Essa cláusula vem ganhando cada vez mais adesão das empresas que estão abrindo o capital na Bolsa.

Em vista disso, é fundamental que o potencial investidor saiba se a empresa que vai realizar o IPO aderiu ou não ao lock-up. Essa informação também consta no prospecto.

Vale destacar ainda que não há um período fixo para o lock-up. A empresa é quem decide e, sendo assim, ele pode variar entre as companhias que realizaram o IPO.

O período de carência pode durar meses ou até mesmo anos e, somente após passado o prazo, o investidor pode vender suas ações.

Para ilustrar, pegamos o exemplo da Smartfit, que abriu seu capital na Bolsa recentemente.

No prospecto da rede de academias foi informado um lock-up de varejo onde os investidores que indicarem (no pedido de reserva) que estão de acordo com o lock-up, não poderão, pelo prazo de 45 dias corridos vender, alugar (emprestar), dar em garantia ou alienar tais ações.

A estratégia de lock-up costuma ser muito usada pelas empresas para proteger os investidores de forte pressão sobre as vendas nos primeiros meses de negociação das ações. Desse modo, pode-se dizer que o lock-up limita a especulação nos preços.

Importante ressaltar que esse período de carência nem sempre é obrigatório, inclusive, em alguns casos é permitido escolher se deseja entrar na oferta com ou sem o lock-up.

Por conta disso, o investidor deve observar também esse enfoque da empresa no prospecto.

Conclusão

Mesmo com todas as considerações apresentadas acima, precisamos destacar que não basta ao potencial investidor olhar somente o prospecto.

É importante também  entender o setor de atuação da empresa que está fazendo IPO e confrontá-lo com a perspectiva do mercado como um todo.

Avalie também a competitividade da companhia, seu posicionamento no setor e no segmento de atuação

A ideia é conhecer de maneira profunda a empresa e o segmento no qual ela atua para tirar conclusões embasadas e definir se ela é uma opção interessante para investimento.

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