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Raízen: Moody’s “mói” o rating e vê caminho livre para nota “junk”

Raízen: Moody’s “mói” o rating e vê caminho livre para nota “junk”

A empresa de energia possui US$187 milhões em dívidas sênior com vencimento para 2027, cita relatório

A Moody’s cortou o rating da Raízen (RAIZ4) nesta quinta-feira (27) ao citar que o risco de crédito evoluiu de moderado para especulativo. Segundo o documento da agência de classificação, a nota internacional de longo prazo passou de Baa3 para Ba1, mantendo a avaliação em revisão para um novo rebaixamento. A empresa de energia possui US$187 milhões em dívidas sênior com vencimento para 2027, alertam os analistas Erick Rodrigues e Marcos Schmidt.

De acordo com o relatório, questões de governança são fator central na avaliação do rating, e a situação atual deriva diretamente das estratégias adotadas antes do processo de reestruturação, que priorizaram um crescimento agressivo financiado por dívida, elevando substancialmente a alavancagem da companhia.

O documento da agência de risco mostra ainda que desde o ano passado, a Raízen vem avançando em um plano para melhorar sua eficiência operacional e sua estrutura de capital, com objetivo de permitir uma recuperação gradual da geração de caixa. A companhia já reduziu despesas gerais e administrativas, realizou desinvestimentos, diminuiu opex, capex e dividendos e alongou vencimentos da dívida.

“Acreditamos que essas medidas serão mantidas. Ainda assim, a dívida total (incluindo arrendamentos) encerrou setembro de 2025 em R$ 76,8 bilhões. Mesmo considerando R$ 4 bilhões em vendas de ativos e um EBITDA de R$ 13,3 bilhões, a alavancagem bruta deverá encerrar a safra 2025-26, em março de 2026, em 5,4x”, diz trecho do relatório.

Raízen: sem previsão de retorno para métricas compatíveis com grau de investimento

Além disso, a Moody´s informa que o nível atual de endividamento continua impondo restrições consideradas significativas ao negócio da controlada da Cosan (CSAN3), pressionando a capacidade da empresa de sustentar geração positiva de caixa. Para a agência, não há no curto prazo, uma previsão de recuperação relevante que permita à companhia retornar a métricas mais compatíveis com grau de investimento — incluindo Dívida/EBITDA abaixo de 3,0x e geração positiva de fluxo de caixa livre.

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“Em nossa visão, esses indicadores, aliados a uma liquidez sólida, são essenciais para mitigar a volatilidade inerente aos mercados de commodities aos quais a empresa está exposta no setor sucroenergético”, diz outro trecho do documento.

As ações da companhia têm passado por uma queda acentuada. De um ano para cá, os papéis da empresa caíram pouco mais de 60%, para um patamar abaixo de R$ 1, saindo de pouco mais de R$ 2 para algo em torno de R$ 0,83.

Como foi o balanço

A empresa de combustíveis ampliou o prejuízo líquido para R$ 2,312 bilhões no segundo trimestre da safra 2025/26, contra prejuízo de R$ 158,3 milhões do mesmo período do ano passado. No acumulado deste ano, as perdas foram de R$ 4,156 bilhões ante R$ 907 milhões do mesmo período de 2024.

Já a receita líquida da empresa recuou 17,8% para R$ 59,910 bilhões ante R$ 72,909 bilhões do mesmo período do ano passado. No acumulado de 2025, houve recuo de 12,7%, saindo de R$ 130,6 bilhões para R$ 114,1 bilhões.

Já o ebitda, informado no segundo trimestre da safra atingiu R$ 2,787 bilhões ante R$ 4,619 bilhões, tendo uma redução de 39,7%. No acumulado do ano, até setembro, o resultado foi de R$ 4,986 bilhões contra R$ 9,330 bilhões do mesmo período do ano passado, tendo uma queda de 46,6%.

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