A Raízen (RAIZ4) ampliou o prejuízo líquido da empresa para R$ 2,312 bilhões no segundo trimestre da safra 2025/26, contra prejuízo de R$ 158,3 milhões do mesmo período do ano passado. No acumulado deste ano, as perdas foram de R$ 4,156 bilhões ante R$ 907 milhões do mesmo período de 2024.
Já a receita líquida da empresa recuou 17,8% para R$ 59,910 bilhões ante R$ 72,909 bilhões do mesmo período do ano passado. No acumulado de 2025, houve recuo de 12,7%, saindo de R$ 130,6 bilhões para R$ 114,1 bilhões.
Já o ebitda, informado no segundo trimestre da safra atingiu R$ 2,787 bilhões ante R$ 4,619 bilhões, tendo uma redução de 39,7%. No acumulado do ano, até setembro, o resultado foi de R$ 4,986 bilhões contra R$ 9,330 bilhões do mesmo período do ano passado, tendo uma queda de 46,6%.

Raízen: pressões sobre o resultado
A Raízen registrou um segundo trimestre do ano-safra 2025/26 marcado por pressões sobre o resultado, refletindo, principalmente, menor contribuição operacional, aumento das despesas financeiras e efeitos contábeis não recorrentes. Segundo a companhia, três fatores pesaram no desempenho: a redução dos resultados operacionais, o crescimento das despesas financeiras devido ao maior saldo de dívida combinado à alta da taxa média do CDI, e o aumento do impacto da variação do valor justo do ativo biológico — um efeito não caixa decorrente da revisão de premissas de cálculo.
Além disso, o trimestre foi influenciado pelo reconhecimento de itens não recorrentes, também sem efeito caixa, somando R$ 1,0 bilhão. Esses impactos estão ligados ao processo de hibernação e alienação de ativos, alinhado à estratégia de simplificação do portfólio. A Raízen destacou, no entanto, que tais efeitos deverão ser majoritariamente compensados nos próximos períodos, conforme a conclusão das transações já anunciadas.
A dívida líquida apresentou aumento sazonal no 2T25/26, refletindo três movimentos principais: a substituição adicional de R$ 2,9 bilhões em linhas de capital de giro de curto prazo por instrumentos de dívida de longo prazo; menor geração de caixa operacional; e a sazonalidade da safra, que concentra temporariamente níveis mais elevados de estoques de açúcar e etanol. Em 12 meses, a dívida líquida avançou R$ 17,5 bilhões, puxada pela estratégia de redução de capital de giro (R$ 12,1 bilhões) e pelo consumo de caixa somado aos juros acumulados (R$ 5,4 bilhões).
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