O tribunal Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) deu sinal verde, nesta terça-feira (9), à fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi, mas impôs a venda de 26 lojas localizadas no Estado de São Paulo como condição para evitar concentração excessiva no mercado pet brasileiro.
Segundo análise da Ativa Research, ainda não há um comprador definido para as unidades que serão desinvestidas, embora exista a possibilidade de interesse por parte da Petlove, que já havia recorrido ao Cade pedindo a venda de 105 lojas pertencentes às duas varejistas.
A Ativa avalia que, apesar da restrição imposta pelo órgão antitruste, o impacto sobre a NewCo deverá ser marginal e não altera a perspectiva positiva para a fusão. A casa destaca que, após o fechamento da operação, é natural que a companhia enfrente despesas adicionais temporárias, decorrentes do processo de integração, o que pode pressionar resultados no curto prazo.
No entanto, no horizonte de longo prazo, a Ativa Research entende que a união entre Petz e Cobasi tende a fortalecer a posição competitiva da empresa, especialmente diante do ambiente de concorrência acirrada observado nos últimos anos. “Seguimos monitorando o andamento do M&A, agora com um caminho melhor definido”, conclui a análise.
As unidades que terão de ser desinvestidas representam 3,3% do faturamento da companhia combinada nos últimos 12 meses encerrados no terceiro trimestre de 2025. Todas estão em território paulista, estado onde a sobreposição entre as redes era mais significativa.
Apesar desse desinvestimento, as ações PETZ3 sobem mais de 4%, sendo negociadas no Ibovespa a R$ 4,34. Os papéis já vinham em alta com a perspectiva de aprovação, mas aceleraram a alta após a divulgação do fato relevante. O que sugere que o mercado reagiu positivamente diante da remoção do último grande obstáculo regulatório.
Petz e Cobasi: acordo aprovado prevê série de compromissos
A aprovação ocorreu por meio da celebração de um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) assinado entre Petz, Cobasi e o Cade. Além da venda das lojas, o acordo prevê uma série de compromissos comportamentais, cujos detalhes não foram divulgados ainda serão publicados no site do órgão antitruste.
Em fato relevante, a Petz ressaltou que os demais termos da operação – incluindo a troca de ações aprovada pelos acionistas em assembleia extraordinária de 14 de março de 2025 – permanecem inalterados. A consumação efetiva da fusão Petz e Cobasi, no entanto, ainda depende do cumprimento (ou renúncia) das condições suspensivas previstas no Acordo de Associação e no Protocolo de Justificação, além da definição da data de fechamento pelos conselhos de administração das duas empresas.
A combinação dos negócios criará a maior rede de varejo pet da América Latina, com mais de 500 lojas e faturamento anual estimado superior a R$ 7 bilhões.
Agora, Petz e Cobasi têm pela frente a escolha do comprador (ou compradores) para o portfólio de 26 lojas – etapa que costuma atrair interesse de redes regionais, fundos de private equity e até concorrentes de menor porte que queiram ganhar escala rapidamente em São Paulo.Com a decisão do tribunal Cade, a fusão Petz e Cobasi entra na reta final e deve ser concluída ainda no primeiro semestre de 2026, consolidando um novo gigante no promissor mercado brasileiro de produtos e serviços para animais de estimação.
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