O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu aprofundar a investigação sobre a fusão Petz (PETZ3) e Cobasi, após receber uma petição da rival Petlove apontando possíveis riscos concorrenciais na operação. O caso será tema de uma audiência pública marcada para o dia 17 de outubro, em Brasília, que reunirá representantes do setor, associações e especialistas para discutir os impactos da transação no mercado pet brasileiro.
De acordo com reportagem da Suno, a autarquia já notificou 218 empresas, entre fornecedores e concorrentes, com o objetivo de avaliar o efeito real da união entre as duas maiores varejistas do segmento. A Petlove, terceira maior empresa do setor, acusa Petz e Cobasi de articular uma fusão com racional anticompetitivo, que poderia criar barreiras à entrada de novos players e reduzir a concorrência.
Nos documentos apresentados ao Cade, a Petlove argumenta que as duas redes combinadas teriam vantagens de difícil replicação, como presença nacional consolidada, forte poder de compra, programas de fidelidade abrangentes e integração avançada entre lojas físicas e canais digitais.
Fusão Petz e Cobasi: empresas falam sobre transparência e confiança
Em nota conjunta, Petz e Cobasi afirmaram que o processo está sendo conduzido “com transparência e confiança na análise técnica do Cade”. As empresas negam qualquer risco à livre concorrência e sustentam que, mesmo após a fusão, a companhia resultante deverá deter menos de 10% de participação no mercado pet nacional.
Em junho, a Petlove entrou com recurso no Cade para tentar reverter a aprovação da fusão entre Petz e Cobasi. A empresa, que ocupa a terceira posição no varejo pet brasileiro, contesta a decisão da Superintendência-Geral do órgão, que havia autorizado a operação sem restrições no início de outubro.
No pedido de revisão, a Petlove argumentava que o parecer técnico do Cade adotou uma definição excessivamente ampla para o mercado relevante, desconsiderando as diferenças estruturais entre os modelos físico, digital e de marketplaces. A companhia sustentava que fatores como porte das lojas, formato operacional e perfil de consumo deveriam ter sido levados em conta, como já ocorreu em outros casos analisados pela autarquia.
O documento citou precedentes de fusões e aquisições avaliadas pelo Cade, como Arezzo e Grupo Soma (AZZA3), Mobly e Tok&Stock (TOKY3), Casa & Vídeo e Lojas Le Biscuit, Lojas Americanas (AMER3) e Uni.co, além de Magazine Luiza (MGLU3) e Kabum.