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Petz (PETZ3) e Cobasi anunciam fusão em empresa líder do mercado pet no Brasil

Petz (PETZ3) e Cobasi anunciam fusão em empresa líder do mercado pet no Brasil


A Petz ($PETZ3) e a Cobasi chegaram a um acordo para uma “fusão de iguais”, numa operação que cria uma líder no mercado pet no Brasil, com faturamento de R$ 6,9 bilhões. Os acionistas de cada uma das empresas vão ficar com 50% do negócio combinado.

Foram mais de três anos de conversas para fechar a fusão, sendo que o principal entrave era o valuation da Petz, cujas ações caíam na bolsa de valores.

A grande questão era que a Cobasi, não listada, estava marcada a cerca de R$ 3 bilhões nos balanços das gestoras Kinea e Tyton Capital, que são minoritárias no negócio. Já a Petz, após uma queda de mais de 40% das ações no último ano, a Petz hoje vale R$ 1,6 bi em Bolsa.

As ações da Petz estão sendo avaliadas em R$ 7,10 no negócio – mais que o dobro da cotação de fechamento de quinta-feira (18), de R$ 3,50 –, o que implica um valuation de R$ 3,3 bilhões para o negócio.

A Cobasi vai pagar ainda R$ 450 milhões em caixa a serem distribuídos para os acionistas de Petz para fazer o acerto de contas.

Petz + Cobasi: duas empresas de tamanhos parecidos

Na prática, a operação está avaliando a valores próximos duas empresas que têm perfis e tamanhos muito parecidos.

A Petz tem 249 lojas, receita bruta de R$ 3,8 bilhões e um EBITDA de R$ 267 milhões em 2023. Já a Cobasi tem 234 lojas, fatura R$ 3,1 bilhões e fez um EBITDA de R$ 197 milhões no ano passado.

tabela comparando Petz e Cobasi
Comparativo entre as empresas, divulgado em comunicado da Petz à CVM. Fonte: Petz

Fusão Petz e Cobasi: Paulo Nasser será CEO; Zimmermann assume conselho

Paulo Nasser, atual CEO da Cobasi, ficará à frente da empresa combinada. Sérgio Zimermann, fundador e CEO da Petz, assumirá como presidente do conselho.

Um acordo de acionistas será firmado entre o fundador da Petz – que hoje tem 49% das ações da companhia e ficará com 24,5% da empresa combinada – e a família Nassar, fundador da Cobasi, que tem 89% das ações da companhia e a gestora Kinea, que tem outros 7,8%.

Zimermann, que vinha num ritmo voraz de aquisição de ações da Petz desde o começo do ano, terá quatro membros para o conselho de administração; os Nassar e a Kinea, outros cinco.

Fusão Petz e Cobasi: sinergias

A fusão entre Petz e Cobasi reduz as pressões de competição num momento em que o setor está menos racional em preços, com a desaceleração no crescimento após anos de boom no mercado pet no pós-pandemia.

Além de benefícios de escala em negociações com fornecedores e as tradicionais sinergias de backoffice, a transação reforça a omnicanalidade: a Cobasi é mais forte no atendimento em loja, enquanto a Petz vem construindo uma fortaleza no online e em sistemas.

Um dos pontos mais relevantes, contudo, é potencial otimização do plano de expansão e abertura de lojas das duas empresas, que tem uma ampla sobreposição.

Um estudo do JP Morgan, feito no ano passado, mostra que 22% das lojas da Petz estão a um raio de um quilômetro de distância de pelo menos uma loja da Cobasi, enquanto cerca de 60% das lojas estão a um raio de 3 quilômetros de uma loja da rival.

No mercado, o principal temor com a demora nas negociações era de que, em algum momento, a canibalização entre as lojas fosse grande o suficiente para inviabilizar um acordo.

Apesar de ter a liderança consolidada – com um fosso a separando da PetLove, terceira colocada, com R$ 1 bilhão –, as empresas atuam num mercado amplamente pulverizado, com espaço grande para ganhos de market share e consolidação.

As empresas têm 60 dias de exclusividade nas negociações, prorrogáveis por mais 30, e agora seguem para a due diligence. A Petz está sendo assessorada por Itaú BBA e pelo Lefosse Advogados. A Cobasi está com o Morgan Stanley e o Pinheiro Neto Advogados.

Tá, e aí?EQI Research

A EQI Research, apesar de não ter cobertura formal para Petz, avalia que o movimento é extremamente positivo para as duas companhias.

Pelo acordo, cada uma das companhias deverá ficar com 50% do novo negócio. Para isso, os acionistas da Cobasi (família Nassar e Kinea) devem pagar R$ 450 milhões para os acionistas da Petz. A operação avalia a Petz em R$ 3,3 bilhões (EV/EBITDA de 12,4x) e a Cobasi em R$ 2,1 bilhões (EV/EBITDA de 10,9x), o que significa um múltiplo EV/EBITDA de 11,6x para o negócio combinado. “Uma sinalização extremamente positiva quando comparado ao múltiplo de 5,5x EV/EBITDA que as ações da Petz negociavam no mercado”, aponta a research.

“Em nossa visão, as principais fontes de sinergias para o novo negócio virão da (i) otimização do plano de abertura de lojas; (ii) possibilidade de vendas cruzadas de produtos e serviços de marcas próprias de cada uma das empresas; (iii) ganhos de eficiência logísticos e de distribuição; e (iv) cortes de despesas operacionais”.

A casa de análise pontua que um possível ponto de preocupação poderia ser a aprovação da operação pelo CADE. “No entanto, diante de um mercado que ainda é altamente fragmento, não achamos que isso deverá ser um problema. A maior parte do setor ainda é formada por lojas de bairro ou market places. Juntas, a participação de mercado de Petz e Cobasi deve somar algo entre 10% e 15%. Talvez tenham que fechar uma ou outra loja, mas nada a ponto de impedir a operação”, complementa.

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