A Oi (OIBR3) protocolou um pedido para encerrar os procedimentos de reconhecimento de sua recuperação judicial no âmbito da Justiça dos Estados Unidos. O movimento marca uma nova etapa no processo de reestruturação da companhia, que segue em curso no Brasil e pode evoluir para uma nova rodada de reorganização nos EUA.
A companhia acrescentou que estuda alternativas adicionais para lidar com sua situação financeira, inclusive a possibilidade de ajuizar um novo processo de reestruturação sob o Chapter 11, mecanismo mais abrangente da legislação falimentar norte-americana.
De acordo com o comunicado enviado ao mercado, o Grupo Oi – que inclui as subsidiárias Portugal Telecom International Finance B.V. e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A., ambas também em recuperação judicial – solicitou ao Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York o encerramento dos processos de Chapter 15, que reconheciam a recuperação judicial brasileira como processo estrangeiro principal nos Estados Unidos.
Oi (OIBR3): decisão vem após medidas aprovadas por credores
A decisão ocorre após a implementação de diversas medidas previstas no plano de recuperação judicial aprovado pelos credores em abril do ano passado e homologado judicialmente em maio do mesmo ano pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
Segundo a empresa, o pedido de encerramento do Chapter 15 se baseia em uma avaliação estratégica sobre a atual fase do processo no Brasil e a conveniência de manter ou não o procedimento nos Estados Unidos.
No primeiro trimestre do ano, a $OIBR3 divulgou um lucro líquido de R$ 1,66 bilhão, uma virada significativa após o prejuízo de R$ 2,79 bilhões no mesmo período de 2024 e de R$ 2,91 bilhões no quarto trimestre do ano passado. De acordo com o balanço da companhia, o resultado positivo foi impulsionado principalmente por itens não recorrentes, que somaram R$ 3,7 bilhões no trimestre, contra uma perda de R$ 37 milhões no 1TRI24.
O EBITDA reportado da companhia atingiu R$ 3,27 bilhões no período, um salto expressivo frente aos prejuízos de R$ 204 milhões no primeiro trimestre do ano passado e R$ 641 milhões no 4TRI24.
No entanto, excluindo os itens não recorrentes, o EBITDA rotineiro continuou negativo em R$ 433 milhões, piorando 158,5% na comparação anual. No Brasil, o EBITDA rotineiro ficou negativo em R$4 45 milhões, com a margem caindo para -31,1%, contra -9,2% no ano anterior. As operações internacionais, embora pequenas em valor absoluto (R$ 12 milhões), mantiveram margem positiva de 26,4%.