O lucro líquido da Nike (NKE; NIKE34) ficou em US$ 727 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2026, encerrado em 31 de agosto. O valor representa uma queda de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a companhia havia reportado US$ 1,05 bilhão. O resultado equivale a 49 centavos por ação, acima da expectativa de Wall Street, que projetava 27 centavos, segundo dados da LSEG.
Apesar da queda no lucro, a receita da gigante esportiva surpreendeu positivamente. As vendas alcançaram US$ 11,72 bilhões, crescimento de 1% frente aos US$ 11,59 bilhões do ano passado, contrariando a previsão anterior da própria empresa, que esperava retração de um dígito médio no período.
O desempenho, no entanto, veio acompanhado de pressões nas margens. A margem bruta caiu 3,2 pontos percentuais, para 42,2%. De acordo com comunicado da companhia, o recuo foi resultado de maiores descontos concedidos para reduzir estoques antigos e do impacto de tarifas mais altas.
O resultado foi impactado pela queda de margens e pelo desempenho mais fraco da divisão Direct, que inclui vendas digitais e lojas próprias. A margem bruta caiu 3,2 pontos percentuais, para 42,2%, pressionada por maiores descontos, mudança no mix de canais e tarifas mais altas na América do Norte.
Lucro líquido da Nike: atacado puxa desempenho
O atacado puxou o desempenho, com crescimento de 7% (5% em base cambial neutra), atingindo US$ 6,8 bilhões. Já a divisão NIKE Direct recuou 4% (5% em base cambial neutra), para US$ 4,5 bilhões, refletindo queda de 12% nas vendas digitais e de 1% nas lojas próprias.
A marca Converse teve retração significativa, com receita de US$ 366 milhões, queda de 27% em termos reportados e de 28% em base cambial neutra, com baixa em todos os mercados.
No balanço, os estoques encerraram agosto em US$ 8,1 bilhões, recuo de 2% ante o mesmo período de 2024, com redução no volume de unidades, parcialmente compensada por custos mais altos. Caixa, equivalentes e investimentos de curto prazo somaram US$ 8,6 bilhões, queda de US$ 1,7 bilhão em um ano, refletindo dividendos, recompras, amortização de dívidas e investimentos em capital.
A Nike distribuiu US$ 714 milhões aos acionistas no trimestre, sendo US$ 591 milhões em dividendos — 6% acima do ano anterior — e US$ 123 milhões em recompras de ações, dentro do programa de US$ 18 bilhões aprovado em 2022. Desde o início desse programa, a empresa já retirou 124,4 milhões de ações do mercado, somando cerca de US$ 12,1 bilhões.