O empresário Nelson Tanure apresentou uma proposta à Novonor para adquirir o controle da Braskem (BRKM5), segundo informações do jornal Valor Econômico. A movimentação marca mais um capítulo nas disputas pelo comando da maior petroquímica da América Latina, cujo controle ainda está vinculado a dívidas da antiga Odebrecht.
De acordo com fontes próximas às negociações, Tanure pretende assumir indiretamente a posição que era ocupada pela Novonor por meio de um de seus fundos de investimento. A proposta inclui a manutenção da empresa no bloco acionário com uma participação minoritária, entre 3% e 5%, o que sinaliza uma estratégia de transição menos abrupta.
A operação, no entanto, depende de negociações com os bancos credores da Novonor, que detêm as ações da Braskem em garantia de uma dívida estimada em R$ 15 bilhões. Esses bancos — Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Santander e BNDES — são atualmente os detentores reais de 50,1% das ações ordinárias (com direito a voto) da Braskem, que correspondem a 38,3% do capital total da companhia.
Além disso, qualquer mudança no controle acionário da Braskem também deve considerar a posição da Petrobras (PETR4), segunda maior acionista da empresa. A petroleira possui ações preferenciais e ordinárias e tem poder de influência relevante nas decisões estratégicas da companhia.
Controle da Braskem: Novonor tenta vender fatia há tempos
A venda da fatia da Novonor na Braskem está em pauta há anos, mas sem uma conclusão até o momento, com muitas idas e vindas.
Empresas internacionais, como as árabes Adnoc e a Saudi Basic Industries (Sabic), empresa da Arábia Saudita, que faz parte da gigante petroleira Aramco. Até mesmo a J&F, dos irmãos Batista, controladora da JBS (JBSS3), teria feito uma oferta de R$ 10 bilhões pela fatia da Novonor na companhia petroquímica.
Porém, nenhum dessas potenciais transações foi adiante. No fim do ano passado, notícia publicada no jornal O Globo em 28 de novembro apontava que a Novonor, estaria reestruturando sua estratégia de venda das ações da petroquímica, incluindo a formação de um fundo para atrair investidores. Mas a Petrobras se manifestou logo a seguir, dizendo que continuava avaliando alternativas para o ativo.