A Moody’s revisou a perspectiva da nota de crédito global da Natura (NATU3) de negativa para estável, mantendo o rating em “Ba2”, após observar avanços na transformação estratégica e no desempenho financeiro da companhia.
Segundo relatório divulgado ontem (16), a mudança reflete a bem-sucedida reestruturação iniciada em 2022, quando a Natura deixou de priorizar a expansão global e passou a concentrar suas operações na América Latina. Esse reposicionamento incluiu a venda de ativos não essenciais, como Aesop e The Body Shop, e a saída programada da Avon International, reduzindo a complexidade operacional e fortalecendo a estrutura financeira.
A agência destacou que a nova perspectiva estável incorpora a expectativa de que a empresa manterá sua forte posição de mercado, seguirá gerando fluxo de caixa positivo e sustentará métricas de alavancagem compatíveis com o rating atual.
Os dados financeiros também apontam para avanços: a alavancagem, medida pela dívida líquida sobre Ebitda ajustado, caiu de 5,6 vezes no fim de 2022 para 2,8 vezes em junho de 2025. No mesmo período, a receita consolidada atingiu R$ 24,5 bilhões, com Ebitda ajustado de R$ 2,8 bilhões.
A Moody’s ainda ressaltou que a liquidez permanece sólida, com R$ 2,9 bilhões em caixa e equivalentes, e que a estrutura de vencimentos da dívida não prevê grandes amortizações até 2028. A agência, no entanto, alertou que a manutenção da nota dependerá da continuidade do controle de custos, da disciplina financeira e de uma política conservadora de dividendos.
Por fim, a Moody’s indicou que um eventual upgrade da nota poderá ocorrer caso a Natura apresente melhora contínua no desempenho operacional, redução adicional da alavancagem e fluxo de caixa positivo consistente.
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