O BTG Pactual (BPAC11) manteve sua recomendação neutra para as ações da Natura (NATU3) após a companhia anunciar a venda da operação Avon CARD, que reúne os negócios da marca em seis países da América Central e no Caribe: Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana.
A transação será feita com o Grupo PDC, empresa de bens de consumo com atuação na região, por um valor simbólico de US$ 1, além do pagamento de US$ 22 milhões referentes a créditos da Avon Guatemala com a subsidiária mexicana da Natura. O acordo inclui ainda o fornecimento contínuo de produtos acabados e a manutenção da Natura como licenciadora da marca Avon nesses mercados.
Estratégia de simplificação da Natura (NATU3)
Segundo o BTG, a operação reforça a estratégia da Natura de simplificar seu portfólio e concentrar esforços em mercados prioritários, após anos de dificuldades com a integração internacional da Avon. A companhia já havia informado que estuda alternativas estratégicas para a venda da Avon International, considerada um dos principais fatores de pressão sobre os resultados.
A conclusão da transação depende de reorganização societária das entidades locais e deve ocorrer até 30 de outubro de 2025, com possibilidade de antecipação.
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Perspectivas
O banco projeta melhora gradual nos resultados da NATU3, com receitas estimadas em R$ 28,9 bilhões em 2025 e R$ 31,7 bilhões em 2026. O lucro líquido, que foi negativo em 2022 e 2023, deve voltar ao campo positivo, alcançando R$ 807 milhões em 2024, R$ 1,47 bilhão em 2025 e R$ 2,17 bilhões em 2026.
Mesmo assim, os analistas mantêm cautela diante da complexidade do processo de reestruturação global, especialmente na América Latina, onde a empresa segue implementando a chamada “Wave 2”. O preço-alvo para os papéis foi fixado em R$ 18,00 (US$ 3,36), o que implica visão neutra no curto prazo.