O BTG Pactual ($BPAC11) fez uma alteração pontual em sua Carteira Recomendada de Small Caps para julho, que está disponível na plataforma EQI+. A Blau ($BLAU3) deixou o portfólio e deu lugar à Minerva ($BEEF3).
Segundo os analistas do banco, a mudança foi necessária porque a empresa de alimentos está melhor posicionada para capturar resultados positivos no curto prazo, sustentada pelo bom momento das exportações e pela valorização da carne bovina no mercado internacional.
Mesmo com um 1º trimestre fraco, o BTG aponta que a fraqueza foi pontual e estratégica, relacionada à antecipação de abates para aproveitar a cota de importação sem imposto nos EUA. Com estoques em níveis elevados e preços da carne nas máximas históricas, espera-se uma monetização favorável no 2TRI25. O desempenho das exportações para EUA e China reforça a confiança na tese.
A entrada da Minerva foi a única mudança na composição, que segue com peso igual de 10% para os 10 ativos selecionados. A carteira busca capturar oportunidades no segmento de small caps — ações de empresas com valor de mercado abaixo de R$ 15 bilhões, mas com alto potencial de valorização e crescimento em relação às mid e large caps.
Small Caps: foco em teses resilientes e descontadas
Com alta acumulada de 21,9% em 2025 até junho, a Carteira Small Caps do BTG superou o Ibovespa (15,4%) no período, ainda que tenha ficado atrás do índice SMLL (26,4%). A seleção inclui empresas de diferentes setores, todas com fundamentos sólidos e múltiplos atrativos, voltadas a investidores com horizonte de médio e longo prazo.
A seguir, os principais destaques da carteira:
Tenda (TEND3): nova fase com MCMV e margens ajustadas
A Tenda ($TEND3) se mantém como aposta firme da carteira, impulsionada pelas melhorias no Minha Casa, Minha Vida, especialmente na Faixa 1, seu principal foco.
No 1TRI25, a companhia entregou ROE de 32% e geração positiva de caixa, com margens já alinhadas aos principais concorrentes. A ação segue negociada a múltiplos baixos, o que reforça o espaço para valorização.
Orizon (ORVR3): capital fortalecido e foco em biometano
A Orizon ($ORVR3) permanece como top pick do BTG no setor de serviços básicos. Após levantar R$ 635 milhões em uma oferta primária recente, a empresa reduziu significativamente sua alavancagem e está bem posicionada para acelerar sua estratégia de crescimento no setor de biometano. A disciplina na alocação de capital segue como um diferencial relevante.
Marcopolo (POMO4): retomada com mix mais lucrativo
Após um trimestre marcado por menor produção e vendas concentradas em modelos de baixa margem, a Marcopolo ($POMO4) deve se beneficiar da retomada na entrega de ônibus pesados. A ação negocia a 7x o lucro de 2025 e entrega um dividend yield de 9%, tornando-se uma tese atrativa de carrego e crescimento.
Azzas (AZZA3): disciplina após fusão e potencial de reprecificação
A Azzas ($AZZA3), formada pela união entre Arezzo e Grupo Soma, vem aprimorando sua estrutura operacional, com foco em eficiência, margens e controle de estoques. A performance de marcas como Farm e Hering reforça a tese, enquanto o valuation (8,5x P/L para 2026) oferece um bom ponto de entrada.
IRB (IRBR3): papel descontado com margem para recuperação
Mesmo após um trimestre afetado por sinistros pontuais, a IRB ($IRBR3) registrou lucro em abril e continua sendo vista pelo BTG como uma oportunidade de reprecificação. O papel é negociado a múltiplos baixos, o que atrai investidores atentos a teses de turnaround.
São Martinho (SMTO3): açúcar pressionado, mas com upside via etanol
A queda nos preços do açúcar pressionou as ações da São Martinho ($SMTO3), mas o BTG vê pouco espaço para novas baixas. A possibilidade de migração da produção para o etanol e o yield estimado de fluxo de caixa entre 16% e 17% para os próximos anos reforçam a atratividade da tese.
Vivara (VIVA3): crescimento com necessidade de ajustes
Apesar de bons resultados no início de 2025, a Vivara ($VIVA3) ainda sofre com margem bruta e gestão de capital de giro. O BTG acompanha de perto os impactos das trocas na diretoria e a possível canibalização entre suas marcas. Ainda assim, o valuation atual é atrativo.
Inter (INBR32): ROE em expansão com novo consignado
O Inter ($INBR32) segue como destaque no setor financeiro, com perspectiva de melhora nos resultados a partir da nova linha de crédito consignado privado. O ativo continua barato mesmo após uma leve valorização recente, mantendo-se na carteira com recomendação neutra.
Desktop (DESK3): especulações mantêm papel no radar
A Desktop ($DESK3) se beneficia de um valuation descontado e do potencial interesse da Vivo ($VIVT3) em uma aquisição, ainda em fase de conversas. É a principal aposta do BTG no setor de ISPs, com múltiplos baixos e possíveis gatilhos de valorização.
Leia também:
Composição da Carteira Small Caps – Julho de 2025
Empresa | Ticker | Peso na carteira |
Tenda | TEND3 | 10% |
Orizon | ORVR3 | 10% |
Minerva | BEEF3 | 10% |
Marcopolo | POMO4 | 10% |
Azzas | AZZA3 | 10% |
IRB | IRBR3 | 10% |
Vivara | VIVA3 | 10% |
São Martinho | SMTO3 | 10% |
Inter | INBR32 | 10% |
Desktop | DESK3 | 10% |
Rentabilidade e histórico da carteira
Desde julho de 2010, a Carteira Small Caps do BTG acumula valorização superior a 4.790%, contra 127,9% do Ibovespa e 96,1% do SMLL. A estratégia busca capturar assimetrias no mercado, aproveitando empresas com alto potencial de crescimento e múltiplos atrativos, mesmo em cenários de maior volatilidade.