A Marcopolo (POMO4) figura entre as ações mais negociadas do pregão desta quinta-feira (4), ampliando o movimento positivo iniciado após o Bank of America (BofA) iniciar cobertura da empresa com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 9 — o que representa potencial de valorização de 40,4% em 12 meses sobre o fechamento de segunda-feira (2), quando os papéis encerraram a R$ 6,41.
No pregão de hoje, por volta das 15h17, POMO4 sobe 3,13%, negociada a R$ 6,59, após atingir máxima de R$ 6,62.
Segundo os analistas Gabriel Frazão, João Andrade e Rogério Araujo, o mercado já incorporou um cenário “excessivamente pessimista” para a companhia.
“Embora concordemos que crescimento e rentabilidade possam moderar um pouco no curto prazo, acreditamos que o mercado está incorporando uma expansão excessivamente fraca e/ou uma normalização acentuada das margens”, afirmaram em relatório.
Queda recente abre espaço para oportunidade, diz BofA
No último mês, as ações recuaram cerca de 19% em meio ao temor de que uma desaceleração no mercado de ônibus em 2026 pressione o crescimento e as margens. A estimativa de 24 mil unidades vendidas no Brasil em 2025, o maior volume desde 2014, levantou dúvidas sobre um possível pico do ciclo.
Mesmo assim, o BofA avalia que a lucratividade da Marcopolo deve ser sustentada no curto prazo, apoiada também por maior demanda internacional por renovação de frotas. O banco destaca uma relação risco-retorno “favorável”.
Valuation “atraente”
O BofA considera que o valuation da Marcopolo está descontado: POMO4 negocia a 6,5 vezes o lucro, enquanto o P/L projetado do banco é de 12 vezes. Para os analistas, a manutenção de margens saudáveis pode levar a revisões positivas de estimativas pelo mercado.
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Riscos no radar
Apesar da visão otimista, os analistas apontam riscos: o baixo desemprego no Brasil pode limitar a expansão da oferta doméstica, enquanto barreiras regulatórias e comerciais seguem dificultando a entrada de novos competidores.
No longo prazo, manter o nível atual de rentabilidade “parece improvável”, dada a ciclicidade do setor e o comportamento de pares globais.






