A Copel (CPLE6) reportou lucro líquido de R$ 383,1 milhões no terceiro trimestre de 2025 (3TRI25), queda de 68,5% em comparação com os R$ 1,22 bilhão registrados no mesmo período de 2024. O desempenho foi impactado por fatores não recorrentes e pela redução de margens operacionais, refletindo o cenário mais desafiador do setor elétrico no período.
O lucro líquido recorrente — que exclui efeitos extraordinários — somou R$ 374,8 milhões, recuo de 36,5% frente ao 3TRI24. Apesar da retração trimestral, no acumulado dos nove primeiros meses de 2025 (9M25), o lucro líquido ajustado atingiu R$ 1,4 bilhão, leve alta de 4,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024.
O EBITDA totalizou R$ 1,36 bilhão no 3T25, queda de 11% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, enquanto o EBITDA recorrente avançou 7,8%, chegando a R$ 1,34 bilhão. No acumulado do ano, o EBITDA somou R$ 4,68 bilhões, crescimento de 10,6% em relação a 2024, impulsionado pela melhora operacional e pela maior eficiência em custos e despesas.

Lucro líquido da Copel: margem ebitda ajustada ficou em cerca de 19%
A margem EBITDA ajustada ficou em 19,6%, ante 21,6% um ano antes, refletindo o menor desempenho em geração e transmissão. Já a margem operacional recuou para 7,9%, frente aos 16,3% observados no 3T24.
Entre os indicadores financeiros, o endividamento sobre o patrimônio líquido subiu para 63,8%, quase o dobro do registrado no mesmo período de 2024, e a alavancagem atingiu 2,8 vezes. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) também cedeu, passando de 4,8% para 1,5%.
A Copel registrou no terceiro trimestre de 2025 (3T25) uma Receita Operacional Líquida recorrente de R$ 6,81 bilhões, crescimento de 18,7% em relação aos R$ 5,74 bilhões apurados no mesmo período de 2024. Segundo a companhia, o avanço reflete o desempenho positivo em diversos segmentos, com destaque para a melhora na cobertura tarifária, expansão das vendas de energia e aumento da receita com transmissão.
Um dos principais fatores para o crescimento foi o aumento de R$ 424,7 milhões (+101,0%) no resultado de ativos e passivos financeiros setoriais (CVA). Esse avanço está relacionado à aderência da cobertura tarifária aos custos da chamada Parcela A — especialmente com energia comprada para revenda — e à devolução de créditos de PIS/COFINS aos consumidores da Copel Distribuição (Copel DIS).
A receita de suprimento de energia elétrica também teve forte expansão, somando um acréscimo de R$ 406,9 milhões (+48,8%) na comparação anual. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 25% no volume de energia vendida em contratos bilaterais da Copel Comercialização (Copel COM) e pela maior atuação da Elejor no Ambiente de Contratação Livre (ACL). Além disso, a Copel DIS elevou em R$ 120,7 milhões sua receita com vendas no mercado de curto prazo (MCP) e no Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MSCD). Já a Copel Geração e Transmissão (Copel GeT) registrou acréscimo de R$ 12,3 milhões, beneficiada pela modulação de seu portfólio hidrelétrico diante do comportamento do PLD no submercado Sul.
Outro destaque foi a receita de construção, que avançou R$ 256,3 milhões (+39,9%), impulsionada pelo aumento no volume de obras do programa de investimentos da Copel DIS. Os projetos têm foco em modernização da infraestrutura e melhoria do atendimento aos consumidores, sem impacto direto no resultado, já que o valor é compensado por custos e despesas equivalentes.
Por fim, a receita com disponibilidade da rede elétrica cresceu R$ 100,2 milhões (+5,9%), reflexo da incorporação da transmissora Mata de Santa Genebra S.A. (MSG) e do reajuste médio de 2,2% na Receita Anual Permitida (RAP) das transmissoras integralmente controladas pela Copel GeT para o ciclo 2025/2026.
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