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Banco do Brasil no 3TRI25 reduz lucro líquido para R$ 3,028 bilhões

Banco do Brasil no 3TRI25 reduz lucro líquido para R$ 3,028 bilhões

O indicador de inadimplência acima de 90 dias encerrou setembro em 4,93%, elevação de 72 bps na comparação com junho deste ano

O Banco do Brasil (BBAS3) registrou uma redução de 66% no lucro líquido contábil no terceiro trimestre do ano (3TRI25) para R$ 3,028 bilhões ante lucro líquido de R$ 8,920 bilhões no mesmo período do ano passado.

O mesmo ocorreu no acumulado de nove meses até setembro. O banco informou lucro líquido contábil de R$ 12,8 bilhões contra lucro de R$ 26,6 bilhões do mesmo período do ano passado, tendo uma retração de 51,9%.

Enquanto isso, a receita de prestação de serviços foi de R$ 8,863 bilhões, ao passo que no mesmo período do ano passado, reportou R$ 9,096 bilhões, tendo um recuo de 2,6% nessa base de comparação.

Banco do Brasil no 3TRI25: inadimplência acima de 90 dias sobe

O indicador de inadimplência acima de 90 dias encerrou setembro em 4,93%, elevação de 72 pontos-base (bps) na comparação com junho/25. A inadimplência da carteira agro atingiu 5,34%, aumento de 185 bps, principalmente na cultura da soja e nas regiões Centro-Oeste e Sul do país, além do efeito dos pedidos de recuperação judicial no segmento.

Além disso, a carteira de pessoas físicas encerrou o período em 6,01%, elevação de 42 bps, influenciada, principalmente, pela sobreposição de operações realizadas com produtores rurais, e pela elevação da inadimplência na carteira renegociada e na linha de cartão de crédito. A inadimplência da carteira de pessoas jurídicas foi de 4,06%, redução de 12 bps.

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Projeções

O banco também divulgou, no balanço do 3TRI25, suas projeções para o fim do ano. De acordo com o relatório, o guidance para carteira de crédito foi mantido no intervalo entre 3% e 6%. O lucro líquido ajustado, teve a projeção revista para baixo, entre R$ 18 bi e 21 bilhões contra o patamar anterior de R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões.

O custo de crédito também teve sua projeção revisada. O novo guidance agora é de R$ 59 bilhões a R$ 62 bilhões, contra projeção anterior de R$ 53 bilhões e R$ 56 bi.

Tá, e aí?Nícolas Merola

O analista Nícolas Merola, da EQI Research, avaliou que o Banco do Brasil atravessa um dos momentos mais delicados do ciclo recente, em meio ao agravamento da inadimplência no setor do agronegócio e à necessidade de novas provisões bilionárias para devedores duvidosos.

Segundo Merola, o mercado esperava uma recuperação mais rápida após a forte deterioração observada no primeiro trimestre de 2025. No entanto, o terceiro trimestre mostrou que o ponto de inflexão ainda não foi alcançado.

“Essa nova temporada de resultados deixou claro que a recuperação não será tão veloz quanto o mercado antecipava. O próprio Banco do Brasil reconheceu que este trimestre foi pior que o anterior”, afirmou.

As provisões para devedores duvidosos subiram de R$ 15,9 bilhões para quase R$ 18 bilhões, refletindo o aumento da inadimplência, especialmente entre produtores rurais. Merola destacou que a taxa de inadimplência do agronegócio avançou cerca de dois pontos percentuais, passando de aproximadamente 3,5% para perto de 5,5%.

O analista observou ainda que os dados consolidados do Banco Central mostram um quadro ainda mais preocupante para o sistema financeiro como um todo, com a inadimplência do crédito rural chegando a 10%.

“Isso indica que o problema não é isolado do Banco do Brasil, mas estrutural do setor, agravado por fatores climáticos e econômicos”, explicou.

Como possível alívio, Merola mencionou a Medida Provisória lançada em outubro pelo governo federal, que criou uma linha especial de renegociação para produtores afetados por intempéries e outros fatores exógenos. O analista avaliou que o programa pode ajudar a aliviar o balanço do banco nos próximos trimestres, com prazos de pagamento de até nove anos e carência de um ano.

Mesmo assim, a expectativa de recuperação foi adiada.

“A administração do Banco do Brasil deixou claro que o ponto de inflexão, antes esperado para o quarto trimestre deste ano, deve ocorrer apenas no primeiro trimestre de 2026”, observou Merola.

Outro ponto de destaque foi a revisão do guidance da companhia. Após suspender as projeções no início do ano e revisá-las no segundo trimestre, o banco reduziu novamente suas estimativas de lucro, de uma faixa entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões para algo entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões.

Para Merola, o resultado do trimestre ficou abaixo das expectativas e reforça o desafio do banco diante de um ambiente de crédito mais restritivo e de pressão sobre o agronegócio.

“O Banco do Brasil continua com valuation pressionado, reflexo desse contexto de incerteza. Ainda assim, é uma empresa relevante, cuja trajetória merece acompanhamento de perto nos próximos trimestres”, concluiu.

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