Descubra as 10 Maiores Pagadoras de Dividendos da Bolsa
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Equatorial registra lucro líquido de R$ 469 milhões no 3TRI25

Equatorial registra lucro líquido de R$ 469 milhões no 3TRI25

Apesar da retração no resultado final, o lucro líquido ajustado avançou 4,9%, totalizando R$ 830 milhões

A Equatorial (EQTL3) encerrou o terceiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 469 milhões, queda de 38,1% em relação aos R$ 758 milhões registrados no mesmo período de 2024, segundo o balanço da empresa. Apesar da retração no resultado final, o lucro líquido ajustado avançou 4,9%, totalizando R$ 830 milhões, o que reflete a resiliência operacional da companhia diante do aumento dos custos e das despesas financeiras.

A receita operacional líquida somou R$ 14,15 bilhões, alta de 14,4% na comparação anual, impulsionada principalmente pelo aumento de 14,3% na receita operacional bruta, que atingiu R$ 18,75 bilhões no trimestre. O desempenho foi influenciado pela expansão do consumo de energia e pelo avanço em novos segmentos sob gestão da Equatorial, consolidando o crescimento orgânico do grupo.

Balanço da Equatorial: custos operacionais sobem 24,5%

Os custos operacionais, no entanto, subiram 24,5%, totalizando R$ 9,58 bilhões. Com isso, a margem bruta ajustada da Equatorial teve leve alta de 4,5%, alcançando R$ 4,55 bilhões, enquanto o EBITDA ajustado apresentou crescimento de 18,6%, somando R$ 3,48 bilhões — reflexo da disciplina operacional e da eficiência em suas distribuidoras.

O resultado financeiro, por sua vez, foi negativo em R$ 1,57 bilhão, uma piora de 32,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, pressionado pelo aumento das taxas de juros e pelo maior endividamento associado às recentes aquisições e investimentos.

Mesmo com o ambiente macroeconômico mais desafiador, a Equatorial manteve evolução nos indicadores de rentabilidade ajustada e ampliou sua contribuição patrimonial, que saltou de R$ 2 milhões para R$ 315 milhões. A empresa destacou que segue focada em capturar sinergias operacionais e fortalecer a estrutura financeira de seus ativos, com prioridade em eficiência energética e crescimento sustentável.

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Tá, e aí?João Zanott

A Equatorial Energia apresentou um conjunto de resultados considerado “em linha” no terceiro trimestre de 2025, segundo análise de João Zanott, analista da EQI Research. De acordo com ele, o desempenho ajustado pelos itens não recorrentes confirma a trajetória consistente da companhia, mas o grande destaque do trimestre foi o pagamento de dividendos em formato de JCP, equivalente a um dividend yield de 3,7%.

Conforme explica Zanott, o montante total de juros sobre capital próprio soma R$ 1,8 bilhão, resultando em aproximadamente R$ 1,45 por ação — movimento considerado expressivo para uma empresa que historicamente não se posicionava como pagadora de dividendos.

“Isso mostra o momento que a companhia vem passando, com redução de alavancagem e estrutura de capital mais saudável”, afirma o analista.

A desalavancagem também foi favorecida pelo desinvestimento no segmento de transmissão. A companhia vendeu o ativo adquirido anos antes de forma oportunística, operação que, segundo Zanotti, “se provou um excelente investimento, com retorno extremamente elevado”. O reforço ao caixa contribuiu para uma posição financeira mais sólida no trimestre.

No campo operacional, o EBITDA ajustado registrou alta de 18,6% na comparação anual. A companhia também manteve controle rígido sobre os custos operacionais: despesas com pessoal, material, serviços e outros avançaram apenas 3,7% em relação ao ano anterior, abaixo da inflação. Para o analista, esse desempenho reforça a eficiência estrutural do grupo.

Os investimentos, por sua vez, cresceram de forma significativa. O capex atingiu R$ 3 bilhões no trimestre, alta de 25,1% em relação ao mesmo período de 2024. O avanço foi puxado pelas distribuidoras do Pará e da CEEE, no Rio Grande do Sul. Zanott avalia esse aumento de investimentos como positivo, destacando que parte relevante do montante será incorporada à base regulatória, permitindo retornos atrativos com as próximas revisões tarifárias.

Na frente de alocação de capital, além do dividendo relevante, a companhia anunciou um novo programa de recompra de ações, com meta de adquirir até 5% do total em circulação. A Equatorial também seguiu desmontando instrumentos financeiros antigos ligados a ações preferenciais das distribuidoras, utilizados em períodos de maior alavancagem.

Zanott observa, contudo, que a dinâmica de crescimento deve ser mais moderada daqui em diante. O último grande movimento estratégico — a entrada como acionista relevante da Sabesp (SBSP3) — continua contribuindo para os resultados, e o setor de saneamento ainda oferece oportunidades.

“A companhia analisa todos os leilões e permanece otimista, mas aquele ritmo histórico de expansão das distribuidoras não deve se repetir, dado o tamanho atual do grupo”, afirma.

Mesmo em um cenário de crescimento mais contido, o analista destaca que a Equatorial mantém bom nível de eficiência, capacidade de execução e retorno sobre capital investido. Por essas razões, segue presente na carteira buy and hold da EQI Research com peso de 10%.

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