A Alphabet (GOOG; GOGL34), controladora do Google, sofreu um duro revés judicial nesta quinta-feira (17), após um a justiça dos Estados Unidos decidir que a empresa monopolizou ilegalmente dois mercados-chave da tecnologia de publicidade online.
A juíza distrital Leonie Brinkema, de Alexandria, no estado norte-americano da Virgínia, concluiu que a Big Tech mantém um monopólio ilegal sobre os mercados de servidores de anúncios para editores e de bolsas de anúncios — plataformas intermediárias entre compradores e vendedores de publicidade digital. Por outro lado, a magistrada rejeitou as acusações de monopólio no mercado de redes de anúncios voltadas aos anunciantes.
A decisão judicial representa um avanço para o Departamento de Justiça (DOJ), que, ao lado de uma coalizão de estados, moveu a ação antitruste. Os promotores pedem que o Google desfaça ao menos parte de seu império publicitário, incluindo a venda do Google Ad Manager, que reúne o servidor de anúncios para editores e a plataforma de anúncios da empresa.
Com isso, o Google pode agora enfrentar a possibilidade de dois tribunais distintos ordenarem a venda de ativos ou a revisão de práticas comerciais. Em Washington, um outro julgamento está marcado para a próxima semana e pode levar à exigência de venda do navegador Chrome, além de outras mudanças voltadas a reduzir o domínio da empresa nas buscas online.
Google: justiça vê prática de consolidação de monopólio
Durante o julgamento supervisionado por Brinkema, que durou três semanas no ano passado, os promotores argumentaram que o Google usou práticas clássicas de consolidação de monopólio: adquiriu concorrentes estratégicos, impôs barreiras à saída para seus clientes e controlou as condições de transações no mercado de anúncios digitais.
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O Google, por sua vez, afirmou que o caso se baseia em práticas do passado e que a empresa tem trabalhado para tornar suas ferramentas compatíveis com produtos de outras empresas. A defesa também apontou que os promotores desconsideraram a concorrência crescente de grandes players como Amazon e Comcast, especialmente com a migração dos investimentos em publicidade para aplicativos e plataformas de streaming.
Segundo fontes ouvidas pela agência Reuters, o Google chegou a considerar a venda de sua bolsa de anúncios em 2023 como forma de atender a exigências dos reguladores antitruste europeus. A decisão nos EUA, no entanto, eleva substancialmente a pressão sobre a empresa, com potencial de provocar mudanças estruturais no mercado global de publicidade digital.
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