A justiça afasta diretoria da Oi (OIBR3) e do conselho de administração. A decisão ocorre pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, em meio ao agravamento de sua crise financeira. A medida, revelada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, antecipa efeitos da falência da companhia, que acumula cerca de R$ 1,5 bilhão em dívidas extraconcursais e dispõe de apenas R$ 21 milhões em caixa — valor insuficiente para cobrir compromissos já em outubro.
A juíza Simone Gastesi Chevrand nomeou Bruno Rezende como novo presidente da operadora, com a missão de conduzir a transição dos serviços públicos prestados pela empresa. Tatiana Binato também foi designada para gerir a transição entre as subsidiárias, com os mesmos poderes atribuídos a Rezende.
Além da troca de comando, a magistrada suspendeu, por 30 dias, as obrigações extraconcursais da Oi e determinou a indisponibilidade das ações da NIO (ex-ClientCo), assim como dos valores relacionados à arbitragem entre Oi, V.Tal e Anatel. A decisão também proibiu novos negócios com a empresa Íntegra, ligada ao atual CEO, Marcelo Millet.
Justiça afasta diretoria da Oi: empresa vem em processo de recuperação desde 2023
Com mais de duas décadas de dificuldades financeiras e em seu segundo processo de recuperação judicial desde 2023, a Oi enfrenta agora um dos momentos mais críticos de sua trajetória, com medidas emergenciais que buscam assegurar a continuidade dos serviços e preservar ativos em meio ao risco iminente de falência.
Em balanço, do segundo trimestre de 2025 (2TRI25), a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 835 milhões. O desempenho contrasta com o lucro líquido de R$ 15,1 bilhões apurado no mesmo período do ano anterior, influenciado por efeitos extraordinários da reestruturação financeira concluída em 2024.
A receita líquida da Nova Oi totalizou R$ 684 milhões, queda de 17,7% em comparação ao 2TRI24, impactada sobretudo pela venda de ativos, como a UPI ClientCo e a operação de TV por assinatura.
O EBITDA de rotina ficou negativo em R$ 98 milhões, revertendo o saldo positivo de R$ 97 milhões registrado um ano antes. Apesar disso, o indicador mostrou melhora expressiva em relação ao primeiro trimestre de 2025, quando o consumo de caixa havia alcançado R$ 445 milhões.