O JP Morgan voltou a recomendar a compra de ações na Bolsa brasileira apenas quatro meses depois de rebaixá-las. A decisão reflete uma mudança no panorama global, marcada pelo crescimento mais baixo dos Estados Unidos e uma recuperação da economia chinesa.
“O mundo mudou e estamos mudando também”, afirmou a equipe do banco, destacando que um cenário de crescimento menor nos EUA e um dólar mais fraco podem resultar em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed). Para o JP Morgan, esse ambiente favorece mercados emergentes, e o Brasil desponta como um dos principais beneficiários dessa nova conjuntura.
Brasil mais atrativo e efeitos no mercado
Outro fator que reforça o otimismo em relação ao Brasil é a possível proximidade do fim do ciclo de alta de juros. O banco projeta uma taxa Selic terminal de 15,25% em junho, mas admite a possibilidade de uma pausa antecipada no aperto monetário, devido à desaceleração econômica recente.
No campo político, o JP Morgan observa que as eleições de 2026 podem abrir caminho para mudanças no regime econômico, o que adiciona um elemento extra à estratégia de investimento no país. “Ainda é cedo para se posicionar sobre isso, mas a narrativa está posta e cada nova pesquisa pode influenciar as expectativas”, destacou o banco.
Impactos da economia global
A revisão do banco também reflete mudanças na economia global. Em novembro, o JP Morgan havia reduzido sua exposição ao Brasil para privilegiar o México. No entanto, com a expectativa de que o crescimento do PIB americano em 2025 fique em torno de 1% — abaixo dos 2% projetados anteriormente — o cenário se inverteu. Caso tarifas comerciais contra o México e o Canadá sejam implementadas, o impacto negativo para a economia mexicana pode ser ainda maior.
Por outro lado, a economia europeia, impulsionada por maiores gastos com defesa, deve fortalecer o euro frente ao dólar, o que também favorece mercados emergentes.
Recuperação chinesa e fluxo positivo
O JP Morgan também revisou para cima sua projeção de crescimento da China, de 3,9% para 4,3%, indicando que a melhora no mercado chinês pode elevar a confiança dos consumidores. No acumulado do ano, a Bolsa chinesa já registra alta de 20%.
Em um movimento inédito nos últimos tempos, os mercados emergentes vêm atraindo fluxos positivos por três semanas consecutivas. No Brasil, esse movimento pode trazer um impulso técnico adicional, pois os investidores locais estão com a menor alocação em ações da história.
Apesar do otimismo, o JP Morgan alerta que a mudança na recomendação é mais tática do que estrutural, uma vez que os desafios fiscais brasileiros permanecem como um fator de risco.
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