A Intel (INTC; ITLC34) divulgou um lucro líquido de US$ 4,1 bilhões, equivalente a US$ 0,90 por ação, no terceiro trimestre de 2025. O resultado representa uma reversão expressiva frente ao prejuízo de US$ 16,6 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior, refletindo a recuperação na demanda por processadores x86 para PCs e uma leve retomada do mercado de data centers.
A receita da companhia alcançou US$ 13,65 bilhões, superando as estimativas do mercado, que apontavam para US$ 13,14 bilhões, segundo dados do LSEG. As ações da Intel subiram cerca de 6% no pregão após a divulgação dos resultados.
Lucro líquido da Intel: perspectivas sob influência do apoio do governo dos EUA
O desempenho do trimestre foi influenciado pelo aporte de US$ 5,7 bilhões recebido do governo dos Estados Unidos, parte de um investimento total de US$ 8,9 bilhões negociado em agosto. O acordo prevê a compra de 433,3 milhões de ações da Intel a US$ 20,47 cada, dentro de um programa federal de estímulo à indústria de semicondutores.
Contudo, a empresa alertou que pode revisar seus resultados no futuro, em razão da falta de precedentes contábeis para esse tipo de transação e da ausência de posicionamento formal da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA), que ainda não respondeu ao pedido da companhia devido à paralisação parcial do governo norte-americano.
A Intel também reportou um prejuízo contábil de US$ 0,37 por ação, relacionado às ações em custódia destinadas ao governo dos EUA.
Acordo com Nvidia
Em setembro, a Intel recebeu US$ 5 bilhões da Nvidia, sua antiga rival, como parte de um acordo estratégico para integração de CPUs da Intel aos chips gráficos (GPUs) de inteligência artificial da Nvidia, que atualmente dominam 90% do mercado global de IA.
O CEO da Intel, Pat Gelsinger, destacou que a parceria com a Nvidia representa “um passo essencial para reposicionar a empresa no centro do ecossistema global de semicondutores”. A companhia afirmou ainda que a demanda por seus chips superou a oferta e que essa tendência deve se manter em 2026.
O grupo de produtos da Intel registrou US$ 12,7 bilhões em vendas, alta de 3% na comparação anual. O destaque foi o segmento de Computação para Clientes, que inclui processadores para PCs e notebooks, responsável por US$ 8,5 bilhões em receita. Já a divisão de CPUs para data centers somou US$ 4,1 bilhões, queda de 1% na comparação com o mesmo trimestre de 2024.
A Intel Foundry, divisão responsável pela fabricação de chips para terceiros, registrou US$ 4,2 bilhões em vendas, retração de 2% no ano. Todos os contratos da unidade ainda são internos, atendendo à própria Intel. A empresa informou que iniciou a produção de chips de última geração no Arizona, como parte de um plano de investimentos de US$ 100 bilhões para tornar sua fundição competitiva globalmente.
Previsões
Para o quarto trimestre, a Intel projeta receita de US$ 13,3 bilhões e lucro ajustado por ação de US$ 0,08, alinhado às expectativas dos analistas. A companhia destacou que a projeção exclui o impacto da venda de sua subsidiária Altera, concluída recentemente.
A empresa encerrou o trimestre com 88,4 mil funcionários, redução significativa em relação aos 124 mil do mesmo período de 2024, reflexo do programa de reestruturação iniciado no ano passado.
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