A Gol (GOLL54) aprovou a convocação de Assembleias Gerais para uma reorganização societária, que consistirá na incorporação da própria companhia e da Gol Investment Brasil (GIB) pela Gol Linhas Aéreas (GLA), sociedade anônima de capital fechado e controlada integralmente pela Gol. A operação resultará na saída da empresa do Nível 2 de Governança Corporativa da B3.
A incorporação tem como objetivo simplificar a estrutura societária do grupo, reduzir custos e gerar sinergias operacionais, administrativas e financeiras. Após a conclusão da operação, a GLA passará a concentrar todas as atividades do grupo, sucedendo a Gol e a GIB em seus direitos e obrigações.
A proposta prevê que cada acionista da Gol receba uma ação ordinária da GLA para cada ação ordinária de sua propriedade, e 35 ações ordinárias da GLA para cada ação preferencial. Já o acionista único da GIB receberá, em troca de suas ações, a totalidade das ações da GLA que caberiam à GIB conforme a mesma relação de troca.
Reorganização da Gol: como ficarão bônus de subscrição
Os bônus de subscrição da Gol (código B3: GOLL80), se não exercidos antes da incorporação, serão substituídos por bônus equivalentes emitidos pela GLA, que darão direito de subscrever 35 ações ordinárias ao preço atual de R$ 5,82 por ação.
A Gol informou que não há intenção de a GLA se tornar companhia aberta ou listar suas ações na B3. Por isso, sua controladora GIB realizará uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para a saída do Nível 2, conforme as normas da CVM e da bolsa. A oferta será destinada aos acionistas minoritários detentores de ações preferenciais da Gol, incluindo aqueles que exercerem bônus de subscrição até a data a ser definida.
Uma empresa especializada será contratada para elaborar o laudo de avaliação econômico-financeira das ações, que servirá de base para a OPA. O avaliador será escolhido pelos acionistas preferencialistas em Assembleia Geral Especial, a partir de uma lista tríplice indicada pelo Conselho de Administração.
A GIB, contudo, poderá desistir da OPA caso o valor total a ser desembolsado na aquisição das ações preferenciais ultrapasse R$ 47,25 milhões. Nessa hipótese, a incorporação não será efetivada, uma vez que essa é uma das condições suspensivas da operação.
A incorporação também depende da realização e liquidação da OPA, da aprovação das assembleias das três companhias e da ausência de eventos que impactem materialmente seus patrimônios.
A reestruturação segue o aumento de capital de R$ 12 bilhões aprovado em maio, quando a GIB passou a deter 99,97% das ações ordinárias e 99,22% das preferenciais da Gol. O baixo free float, de apenas 0,78%, deixou a companhia fora dos requisitos mínimos do Nível 2, que exige ao menos 25% das ações em circulação.
Aprimoramento da eficiência
A Gol informou que a incorporação busca aprimorar a eficiência operacional e financeira do grupo, unificar a gestão e solucionar pendências regulatórias relacionadas à cotação mínima das ações e ao percentual de ações em circulação.
A empresa também alertou para os riscos de perda de liquidez e governança, já que os acionistas que permanecerem após a incorporação passarão a deter ações da GLA, companhia fechada sem registro na CVM nem negociação em bolsa.
As Assembleias Gerais Extraordinária e Especial de Preferencialistas estão convocadas para 4 de novembro de 2025. Após a aprovação da operação e a emissão do laudo de avaliação, a GIB dará início aos trâmites formais da OPA junto à CVM e à B3.