O bilionário Elon Musk compra ações da Tesla (TSLA; TSLA34) em uma operação que movimentou US$ 1 bilhão. O CEO adquiriu 2,57 milhões de papéis a preços variados na última sexta-feira (12), segundo documento enviado à SEC. Esta foi sua primeira compra no mercado aberto desde fevereiro de 2020 e também a maior em valor já realizada por ele, de acordo com a consultoria Verity.
A notícia repercutiu imediatamente em Wall Street. As ações da Tesla subiram 8% no pré-mercado desta segunda-feira (15), refletindo a confiança dos investidores na iniciativa. Apesar de uma leve queda no fechamento anterior, os papéis da companhia acumulam alta superior a 25% nos últimos três meses.

Impacto no mercado e no futuro da Tesla
O movimento foi interpretado como um forte voto de confiança de Musk na própria empresa. Como afirmou Dan Ives, chefe global de pesquisa da Wedbush, a aquisição interna “é um grande sinal de confiança para os otimistas da Tesla e mostra que Musk está dobrando sua aposta na IA da Tesla”.
Essa leitura é reforçada pelo contexto recente: a Tesla enfrenta pressões devido à queda nas vendas e ao fim de incentivos para veículos elétricos nos Estados Unidos. Além disso, a imagem pública de Musk, marcada por suas posições políticas, também tem influenciado a marca.
A compra, portanto, funciona como uma mensagem direta de que o CEO enxerga oportunidades sólidas de crescimento a longo prazo.
Histórico de aquisições de Musk
Embora Elon Musk compre ações da Tesla agora em grande escala, historicamente essas movimentações não são frequentes. A última vez em que ele adquiriu papéis no mercado aberto foi em fevereiro de 2020, quando comprou cerca de 200 mil ações, avaliadas em aproximadamente US$ 10 milhões.
A diferença de valores chama a atenção: a operação atual, de US$ 1 bilhão, representa a maior aquisição individual de Musk em toda a história da companhia. Essa escala reforça a percepção de que ele está disposto a consolidar sua posição como principal acionista e a sinalizar otimismo quanto às perspectivas de inovação da Tesla.
O papel da inteligência artificial e da robótica
Musk tem reiterado seu desejo de transformar a Tesla em uma companhia centrada não apenas em veículos elétricos, mas em tecnologias de ponta como direção autônoma, inteligência artificial e robótica. Ele também busca aprovação dos acionistas para que a Tesla invista na xAI, sua mais recente empreitada no setor de IA.
Essa visão de futuro pode explicar a decisão de reforçar sua posição na empresa. Hoje, Musk detém cerca de 13% das ações da Tesla. A aposta bilionária indica que ele vê o potencial da companhia em alcançar metas ousadas, como o pacote salarial que será votado em novembro, vinculado a um valor de mercado que pode chegar a US$ 8,5 trilhões, frente aos atuais US$ 1,3 trilhão.
Contexto do setor automotivo
O cenário atual também ajuda a entender o peso da decisão de Musk. A indústria automotiva global enfrenta um momento de transição: enquanto os carros elétricos ganham espaço, a concorrência de montadoras chinesas cresce rapidamente e pressiona os preços.
Nos Estados Unidos, a Tesla ainda é líder no setor de veículos elétricos, mas já sofre com a redução de incentivos governamentais e a desaceleração da demanda.
Nesse contexto, a compra massiva de ações reforça a mensagem de que o CEO acredita na capacidade da empresa de se reinventar e expandir sua atuação em áreas além da produção de automóveis, explorando novos mercados ligados à tecnologia.
Reações de analistas e investidores
Ainda assim, analistas estão divididos. O consenso em Wall Street, segundo o Tipranks.com, prevê queda de aproximadamente 20% no preço das ações. Para alguns especialistas, os riscos são altos, especialmente diante da desaceleração nas vendas globais.
Por outro lado, investidores de longo prazo enxergam a movimentação como estratégica. Se Musk conseguir direcionar a Tesla para novos pilares de inovação, o impacto poderá ser transformador. O mercado acompanhará de perto os próximos passos, tanto nas compras de ações quanto nas decisões de investimento em inteligência artificial e robótica.
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