Dona do Facebook, a Meta (META; M1TA34) vai encerrar o acesso a notícias para usuários da rede social no Canadá.
A gigante de tecnologia vinha enfrentando ações na Justiça por se apropriar de conteúdo produzido por grupos de mídia e não remunerar as empresas ou os produtores.
A iniciativa é em resposta a uma legislação que exige que Big Techs paguem aos veículos de notícias.
A Lei de Notícias Online, aprovada pelo Parlamento canadense, força empresas como Alphabet (GOOGL; GOOG34) e Meta a negociarem acordos comerciais com veículos de notícias canadenses pelo uso do conteúdo deles.
Trata-se de uma tendência global e, em alguns países da Europa, também há processos correndo no judiciário.
Dona do Facebook: “premissa falha”
Porta-voz da Meta, Andy Stone disse que a lei é baseada em uma premissa fundamentalmente falha, conforme publicado no ex-Twitter, agora X.
Uma parcela considerável da decadência que se vê nos grupos de mídia é atribuída às Big Techs que por anos absorveram conteúdos e pulverizaram em suas plataformas indiscriminadamente, sem dar crédito ou remunerar as organizações.
No Brasil, o caso mais emblemático diz respeito à Folha de S.Paulo, um dos três maiores jornais do país em volume de tiragens. O periódico parou de utilizar o Facebook em 2018 e só voltou em julho de 2021.
Ou seja, foram três anos fora da rede social que era uma das principais do mundo pelo número de usuários e também pelo alcance.
Multada na Europa
Em maio de 2023 a Meta recebeu uma multa de 1,2 milhão de euros por transferir dados de clientes para os EUA. A companhia foi obrigada pela corte a parar com os repasses de dados.
Pela mesma razão as autoridades políticas norte-americanas se indispõem com o TikTok, uma rede social chinesa que, segundo a Casa Branca, capta diversos dados e remete à China.
O ex-presidente Donald Trump chegou perto de expulsar a operação do TikTok dos EUA, mas recuou após a empresa e o governo chegarem a algum tipo de consenso acerca das informações.
Vazamento no Brasil
O Facebook foi condenado pela Justiça estadual em Belo Horizonte a pagar R$ 20 milhões em danos morais coletivos pelo vazamento de dados de usuários em 2018 e 2019.
O valor é referente a duas ações, com sentenças que determinam o pagamento de R$ 10 milhões em cada uma. Os processos foram movidos pelo Instituto Defesa Coletiva, com sede na capital mineira.
Corrida dos super apps
Apesar de haver uma tendência para encerrar a veiculação de notícias, isso não denota, exatamente, um decréscimo nas operações das Big Techs.
Acontece que o próximo grande passo, além de metaverso e inteligência artificial, se pauta na formatação de super apps.
Estes seriam, em tese, aplicativos que concentram todas as operações diárias que os usuários costumam fazer, incluindo aí movimentações bancárias.
Na China, este aplicativo já existe e é chamado de WeChat, sendo um serviço multiplataforma de mensagens instantâneas desenvolvido pela Tencent, e lançado originalmente em janeiro de 2011. É um dos maiores aplicativos de mensagens autônomas por usuários ativos mensais.
No Ocidente, esta realidade não está tão distante, mas o grande ponto diz respeito aos marcos regulatórios e interesse das próprias empresas em participar dessa operação.
No caso do Brasil, por exemplo, já há o Open Banking onde qualquer pessoa pode compartilhar dados bancários com outras instituições financeiras.
Ainda assim, o Brasil está na vanguarda das tecnologias financeiras e talvez prefira concentrar seus esforços em aplicações locais. Inclusive, o país já tem o PIX e está implementando o Real Digital.
As Big Techs já vivenciam esse “desinteresse” no continente, com o Canadá mantendo uma postura blasé sobre qualquer novidade que venha de fora de suas fronteiras.
Vale lembrar que o Canadá é uma federação de ex-colônias britânicas e até os dias atuais mantém muito desse DNA europeu vivo e ativo entre sua gente. Inclusive, no país fala-se inglês e francês.
O Canadá é um grande parceiro comercial dos EUA, mas segue seu próprio caminho político e econômico e em 2018 assinou um amplo acordo de livre comércio com a União Europeia.
Rivaliddae com os chineses
A rivalidade que os EUA têm com a China tem fundamento em geopolítica, com Taiwan no radar, mas também em comércio, e o Tio Sam quando se indispõe com empresas asiáticas pretende, em boa parte dos casos, assegurar a reserva de mercado de suas Big Techs.
O faturamento das empresas do Vale do Silício costuma ser maior do que o PIB de muitas nações e isso diz muito sobre a cultura de negócios norte-americana.
Próxima potência
Apesar dos esforços dos EUA em se manterem no topo, há pesquisas que indicam que o país vai descer dois degraus, ocupando a terceira posição.
Relatório do Goldman Sachs divulgado em 17 de julho, e noticiado pelo EuQueroInvestir, aponta que ao fim das próximas cinco décadas, enquanto os países emergentes seguirão crescendo mais do que os desenvolvidos, a lista das maiores economias do mundo deve estar completamente reformulada.
“O grupo dos 10 maiores PIBs globais estará dominado por nações emergentes”, destaca.
E acrescenta que os EUA, que são a nação mais rica do mundo há décadas, terão caído, ultrapassados pela China e pela Índia, os dois únicos países do planeta que já têm e terão mais de 1 bilhão de pessoas.
Cenário para as empresas
Caso isso se concretize, os conglomerados terão que se adaptar, pois, culturalmente, estes países, incluindo uma boa parcela de países da Europa, não costumam absorver completamente produtos e conteúdos que sejam produzidos fora de suas Regiões.
Portugal e Espanha, por exemplo, sequer usam whatsapp de forma massificada. Este é outro produto da Meta, dona do Facebook. A população local prefere a mensagem de celular por ser mais fria e menos invasiva.
Bolsa
Por volta das 16h45 o BDR M1TA34 avançava 3,38% na bolsa, cotado em R$ 55,43.

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