O investidor tem por premissa ter um olho no gráfico e o outro no noticiário. Esse “olhar” também se estende ao horizonte, ou seja, para o futuro. Por isso, saber quais serão os países mais ricos em 50 anos é uma forma de mapear bons ativos para aporte em longo prazo.
Quem observa a eurásia de forma despretensiosa pode se assustar com o que vê, hoje: conflito no Leste Europeu, com a invasão da Rússia à Ucrânia, e China e Estados Unidos se “estranhando” por conta de Taiwan.
Mas é por ali, naquele entorno, que a próxima potência econômica poderá surgir, segundo projeções feitas pelo Goldman Sachs de como estará a economia global em 2075.
No relatório, o banco de investimentos destaca que ao fim das próximas cinco décadas, enquanto os países emergentes seguirão crescendo mais do que os desenvolvidos, a lista das maiores economias do mundo deve estar completamente reformulada.
“O grupo dos 10 maiores PIBs globais estará dominado por nações emergentes”, destaca.
E acrescenta que os EUA, que são a nação mais rica do mundo há décadas, terão caído para o terceiro lugar, ultrapassado pela China e pela Índia, os dois únicos países do planeta que já têm e terão mais de 1 bilhão de pessoas.
Os países mais ricos em 50 anos
Ainda de acordo com o levantamento, na sequência ascenderá uma sucessão de nações de renda média ou baixa que, hoje, não figuram nem entre as 20 mais ricas: Indonésia, Nigéria, Paquistão e Egito, pela ordem.
O bancão reforça que as quatro terão, até lá, ultrapassado e deixado o Brasil para trás, que deve chegar a 2075 tendo se acomodado na posição imediatamente seguinte, como a oitava maior economia do mundo.
Renda da população
Um dos pontos elencados no levantamento do Goldman Sachs tem a ver com a renda da população.
O banco de investimentos ressalta que até meados de 2075 a renda per capta terá se equiparado à margem praticada nos países desenvolvidos, ou seja, o salário crescerá substancialmente.
É fato que, nos dias atuais, devido à desigualdade em boa parte destas nações indicadas, há uma grande migração. Um contingente considerável de pessoas muda para países onde encontra oferta de emprego e uma renda que considera mais adequada.
Cabe destacar que o volume do Produto Interno Bruto (PIB) pode até ranquear um país entre os mais “fortes”, mas é a renda per capta que, na prática, diz qual nação está mais atrativa para os trabalhadores.
O Brasil, atualmente, está entre os doze maiores PIBs do planeta, mas o poder de compra da população é baixo, principalmente por conta de uma moeda desvalorizada.
Menos desigualdade
De igual modo, uma renda per capta maior implica em menos desigualdade social, e isso beneficia inclusive as empresas, com mão de obra mais qualificada e disposta.
Esse é outro ponto de atenção. Quem olha para a Europa, vê uma mão de obra até bastante qualificada, mas para boa parte dos países do velho continente, incluindo uma parcela que integra a União Europeia, não há disposição por parte da classe trabalhadora.
Acontece que fatores macroeconômicos e políticos têm servido de empecilho para a população local que, como forma de protesto, acaba perdendo o interesse no mercado de trabalho.
Por isso, países que carecem de imigração urgente, a exemplo da Alemanha, não podem simplesmente abrir suas fronteiras. Eles precisam proporcionar uma “aquisição” de mão de obra de forma ordenada, de maneira a não causar um estranhamento imediato e irreversível junto à população local.
China e Índia
O Goldman destaca que a China, embora já tenha passado de seu pico de mais de 10% de crescimento anual e deva desacelerar nas próximas décadas, irá desbancar os EUA e se tornar a maior economia do mundo em 2033.
No relatório, o bancão lembra que essa projeção é 10 anos mais tarde do que a estimativa anterior, e se pauta em revisões feitas para baixo no potencial de crescimento chinês.
Ainda assim elencou, esse potencial ainda é significantemente maior do que o dos EUA.
“A estimativa é que, ao menos até 2030, o PIB da China ainda cresça a um ritmo de mais de 4% ao ano, enquanto o dos EUA deve ficar em pouco menos de 2%”, disse.
E complementou: “a Índia, por sua vez, que passou a China e se tornou neste ano o país mais populoso do mundo, deve conseguir alcançar e ultrapassar o PIB dos EUA somente em 2075.”
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