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Crise da Americanas (AMER3): varejista dá calote em fundo imobiliário

Crise da Americanas (AMER3): varejista dá calote em fundo imobiliário

Em mais um capítulo da crise da Americanas (AMER3), a varejista e o fundo imobiliário RBR Log (RBRL11) encerraram, no mês passado, o contrato de locação relativo ao Galpão Hortolândia II. A decisão foi acompanhada de termos específicos, os quais incluíram uma cláusula que estipulava o pagamento de uma multa por rescisão antecipada no montante de R$ 2,09 milhões, de responsabilidade da empresa locatária.

No entanto, em um comunicado divulgado ao mercado nesta terça-feira (1), constatou-se que a varejista não efetuou o pagamento da parcela acordada para o mês de julho. Não é a primeira vez que a companhia empresa atrasa pagamentos aos fundos imobiliários, o que levanta preocupações adicionais no setor.

Além da penalidade monetária mencionada, outras sanções previstas no contrato também vieram à tona, somando-se para produzir um impacto positivo estimado em aproximadamente R$ 0,31 na receita do fundo imobiliário RBRL11 ao longo do ano em curso.

A pendência dos pagamentos por parte da Americanas levanta questionamentos sobre as implicações futuras para ambas as partes envolvidas e realça os riscos inerentes às rescisões antecipadas de contratos de locação no setor imobiliário.

CPI da Americanas (AMER3) empareda auditores

Na reunião da CPI da Americanas, realizado nesta terça-feira (1), durante a recente sessão parlamentar, os deputados centraram fogo em direção aos auditores independentes que supervisionaram os exercícios contábeis mais recentes da empresa. Isso porque o ex-CEO Miguel Gutierrez, que dirigiu a empresa por 20 anos, não participou da reunião porque alegou problemas de saúde.

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A PwC foi uma das empresas que participaram. Ela desempenhou esse papel durante o período de 2019 a 2022. Fábio Cajazeira Mendes, sócio da firma, referenciou os resultados da investigação interna conduzida pela Americanas ao categorizar a fraude como “de difícil detecção”.

Mendes explicou: “Caso a confirmação da falsificação de documentos, o registro intencionalmente omisso de transações, a apresentação voluntária de representações falsas aos auditores e a conspiração de indivíduos de diversas áreas da empresa se comprovem, teremos diante de nós uma fraude de gestão intrincada, dificilmente identificável. Tal fraude baseia-se em má conduta flagrante e intencional por parte da administração, englobando setores como o comercial, financeiro, tesouraria e contabilidade, com a participação de, no mínimo, sete diretores executivos e dezenas de indivíduos.”

Carla Bellangero, sócia de auditoria da KPMG, recordou que entre 2017 e 2018, foram observados diversos problemas e a necessidade de fazer um aprimoramento dos controles internos relacionados à Verba de Propaganda Cooperada (VPC), um dos focos principais do rombo. Entretanto, ela assegurou que, na época, não havia indícios de fraude ou ações intencionais por parte da direção da Americanas, segundo informações da Agência Câmara.

Bellangero também mencionou que a KPMG emitiu cartas extraordinárias de controle externo em 2019, mas o contrato com a Americanas foi rescindido alguns meses depois. Ela declarou: “Os riscos foram comunicados e eram conhecidos pela diretoria, pelo Conselho Fiscal, pelo Comitê de Auditoria e pela maioria do Conselho de Administração. As empresas de auditoria não têm a ganhar com fraudes; pelo contrário, elas são vítimas dessas situações.”

A análise minuciosa dos papéis desempenhados pelos auditores independentes e suas percepções sobre a complexa trama de fraude que envolve a Americanas continua sendo um ponto crucial na investigação em andamento pela CPI.

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