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CPI da Americanas (AMER3): ex-CEO apresenta atestado e não depõe

CPI da Americanas (AMER3): ex-CEO apresenta atestado e não depõe

O ex-CEO da Lojas Americanas (AMER3), Miguel Gutierrez, apresentou um atestado e adiou o seu depoimento na CPI que investiga suposta fraude contábil na empresa, no valor de R$ 20 bilhões.

Os parlamentares pretendiam ouvir o executivo nesta terça-feira (1º) e, por conta disso, ele havia sido convidado a prestar esclarecimentos.

Acontece que o depoimento dele é considerado como um dos mais relevantes para a investigação, principalmente por ter comandado a rede entre 2001 e 2022.

Além disso, muito da postura dele ao deixar a companhia acabou atraindo a atenção do mercado, principalmente o fato de ter vendido ações e embolsado R$ 156 milhões pouco antes da transição.

Na ocasião, no final de 2022, um volume de venda em bloco despertou o interesse dos analistas e investidores. Em um primeiro momento não se soube quem estava se desfazendo das ações.

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Entretanto, o mistério durou pouco e dias depois veio a público a informação de que era Gutierrez quem estava se “desfazendo” da empresa.

As ações que ele possuía eram parte do regime de bonificação por resultados, juntamente com uma outra parte paga em dinheiro.

Nesse contexto, a venda em si já era estranha, visto que o papel estava estável, à época, e ficou ainda mais confusa ao tratar-se de quem era o vendedor.

Na sequência, assume como CEO Sérgio Rial e em menos de dez dias o novo presidente traz a público a informação de supostas inconsistências contábeis no balanço da companhia.

Por conta disso, Rial abdicou de ser o CEO da Americanas, posto que ocupou por menos de duas semanas, e deixou o grupo juntamente com o CFO (diretor-financeiro), que havia entrado junto com ele.

CPI da Americanas (AMER3): o caso

Poucos dias após Rial informar o rombo, a varejista entrou com pedido de recuperação judicial no Brasil e nos EUA.

A iniciativa despertou a ira dos principais credores que, em maioria, são bancos e instituições financeiras que começaram a protocolar uma série de liminares, para garantirem o pagamento das dívidas.

Entretanto, a recuperação judicial da varejista, aceita nos dois países, acabou por blindar o grupo e assegurar algum tempo para que a Americanas pudesse ajustar as operações e colocar a casa em ordem.

Desde então a empresa vem tentando negociar com os bancos credores à parte, mas nenhuma proposta apresentada foi aceita pelas instituições financeiras.

Os bancos querem que os acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira capitalizem a empresa, ou seja, injetem dinheiro no grupo.

O trio da 3G Capital não se nega à iniciativa, porém, o valor que eles estão dispostos a aportar é muito inferior ao valor solicitado pelas instituições credoras. Isso gerou um impasse que persiste até este momento.

Miguel Gutierrez

Já o executivo Miguel Gutierrez, por sua vez, chegou a se mudar do Brasil para a Espanha assim que deixou o cargo de CEO na Americanas.

Ele somente retornou porque acabou sendo citado e arrolado nas investigações. Também no final de 2022 ele transferiu boa parte de seu patrimônio para familiares, movimento que chamou ainda mais atenção para si.

Na sequência, soube-se que outros dois executivos da Americanas ligados à Gutierrez fizeram o mesmo, ou seja, transferiram o patrimônio para familiares como forma de se blindar, caso houvesse algum tipo de arresto.

Em relação à remuneração que recebia quando era CEO, somente em 2021 Gutierrez embolsou R$ 24 milhões. Desse total, R$ 6 milhões foram em dinheiro e R$ 18 milhões em ações da empresa.

Bolsa

Assim que o caso veio à tona, em janeiro de 2023, e as ações da companhia começaram a derreter a AMER3 foi retirada do Ibovespa, principal índica da bolsa brasileira, e está fora desde então.

Gráfico mostra a ação AMER3 na bolsa.
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