Os Correios aprovaram um amplo plano de reestruturação financeira que, segundo a estatal, é decisivo para garantir a sustentabilidade do negócio, reequilibrar as contas e possibilitar o retorno ao lucro a partir de 2027. As medidas incluem a contratação de um empréstimo de até R$ 20 bilhões, a venda de imóveis, revisão de despesas e a possível redução de até mil unidades de atendimento deficitárias.
A operação de crédito deve ser concluída até o fim de novembro e é considerada fundamental para assegurar liquidez imediata. O plano foi elaborado após diagnóstico interno que apontou queda de receitas, aumento de custos e necessidade urgente de modernização do modelo de negócios.
Além do empréstimo, os Correios pretendem monetizar ativos, incluindo imóveis avaliados em até R$ 1,5 bilhão, como estratégia para reforçar o caixa e financiar a transição estrutural descrita no plano. A estatal também estuda a readequação da rede de atendimento, hoje composta por cerca de 10 mil unidades — das quais 7 mil são próprias ou franqueadas.
Correios: 85% das unidades operam com prejuízo
Segundo dados de 2024, aproximadamente 85% dessas unidades operavam no vermelho, o que reforça, segundo a companhia, a necessidade de ajustes. O plano prevê a possibilidade de fechamento de até mil agências deficitárias.
A estratégia dos Correios está dividida em três etapas — recuperação financeira, consolidação e crescimento. As ações contemplam Programa de Demissão Voluntária (PDV), revisão do plano de saúde, regularização integral de pagamentos a fornecedores e modernização operacional e tecnológica.
A empresa afirma que a preservação da liquidez será prioridade ao longo de 2026, enquanto as medidas de consolidação e ganho de eficiência são implementadas.
Déficit e papel social
Mesmo diante do déficit líquido de R$ 4,5 bilhões registrado no primeiro semestre, os Correios reforçam o compromisso com a universalização dos serviços postais. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (21), a estatal afirmou que o plano não compromete a função social da empresa.
“O plano reafirma que os serviços postais universais são um compromisso estratégico e social inegociável”, disse a companhia. “Única empresa pública federal presente em todo o território brasileiro, com atendimento universalizado, somente os Correios são capazes de conectar cada brasileiro, em qualquer município.”
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