A Administração Estatal de Regulação de Mercado da China (SAMR) declarou nesta segunda-feira (15) que a Nvidia (NVDA; NVDC34) violou lei antimonopólio ao analisar a aquisição da Mellanox, concluída em 2020. Segundo o órgão, a gigante americana de chips descumpriu condições impostas no processo de aprovação do negócio. Embora não tenha detalhado como ocorreu a violação, a posição do regulador reforça o clima de pressão sobre a empresa no mercado asiático.
O impacto foi imediato nos mercados financeiros. As ações da Nvidia recuaram cerca de 2% no pré-mercado após o anúncio, refletindo a incerteza que paira sobre a empresa. A investigação ainda está em andamento, e Pequim afirmou que pretende aprofundar a apuração antes de definir as próximas medidas.

A aquisição da Mellanox em foco
A Nvidia comprou a Mellanox, empresa israelense especializada em soluções de rede para data centers, por cerca de US$ 7 bilhões em 2020. O acordo recebeu aprovação da China na época, mas com condições específicas que, agora, segundo a investigação, teriam sido desrespeitadas.
Esse movimento da SAMR reabre um capítulo sensível da história da Nvidia. A aquisição foi estratégica para expandir sua atuação em infraestrutura de servidores e inteligência artificial, setores que hoje são o epicentro da disputa tecnológica entre Estados Unidos e China.
Tensões entre China e Estados Unidos aumentam
A declaração chinesa ocorre em meio a um cenário de atrito crescente entre as duas maiores potências econômicas. Nos últimos dias, Pequim abriu novas investigações contra empresas de semicondutores dos EUA, incluindo acusações de dumping e práticas discriminatórias.
Ao mesmo tempo, o governo americano mantém restrições de exportação de chips avançados para a China, medida que impacta diretamente empresas como a Nvidia. Em resposta, o CEO Jensen Huang vem defendendo publicamente a importância de manter as vendas para o mercado chinês, estimado em cerca de US$ 50 bilhões no setor de inteligência artificial nos próximos anos.
Consequências para o mercado de tecnologia
A continuidade dessa disputa pode redefinir a atuação da Nvidia e de outras companhias ocidentais no território chinês. Recentemente, a empresa chegou a um acordo com Washington que permite retomar parte das exportações, mas sob a condição de repassar 15% da receita ao governo americano.
No entanto, a decisão da SAMR traz um novo obstáculo. Se confirmado que a Nvidia violou lei antimonopólio, a big tech poderá enfrentar sanções adicionais dentro da China, abrindo espaço para que concorrentes locais, como a Huawei, consolidem sua posição no setor de chips.
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