A Petlove recorreu ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para tentar barrar a fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi.
A empresa, terceira maior do setor, apresentou um recurso contestando a decisão da Superintendência-Geral do órgão, que aprovou a operação sem restrições no início deste mês.
Petlove recorre ao Cade alegando definição ampla de mercado relevante
Segundo a Petlove, o parecer técnico do Cade adotou uma visão excessivamente ampla sobre o mercado relevante, ignorando diferenças estruturais entre os modelos de negócio físico, digital e de marketplaces.
Ao recorrer ao Cade, a companhia defende que critérios como porte das lojas, tipo de operação e perfil de consumo deveriam ter sido considerados, conforme já ocorreu em outras decisões da autarquia.
No documento, a Petlove argumenta que precedentes envolvendo empresas como Arezzo e Grupo Soma (AZZA3), Mobly e Tok&Stock (TOKY3), Casa & Vídeo e Lojas Le Biscuit, Lojas Americanas (AMER3) e Uni.co, e Magazine Luiza (MGLU3) e Kabum servem como referência para uma análise mais detalhada e segmentada do mercado.
Riscos à concorrência e poder de barganha
O recurso ao Cade também destaca que a combinação dos negócios entre Petz e Cobasi criaria uma concentração de mercado que ameaça a competitividade, sobretudo entre os pet shops de pequeno porte.
“O fato de que os pet shops de bairro enxergam Petz e Cobasi como concorrentes não significa que Petz e Cobasi também considerem esses estabelecimentos como seus concorrentes diretos”, diz a Petlove.
De acordo com a empresa, o grupo resultante da fusão teria poder de barganha significativamente maior na negociação com fornecedores, o que poderia dificultar a atuação de outros concorrentes no setor.
Além disso, afirma que a nova empresa ofertaria um portfólio e serviços impossíveis de serem replicados por outros players.
Petlove pede reprovação ou restrições
Ao recorrer ao Cade, a Petlove solicita a reprovação da fusão ou, caso seja mantida, a aplicação de restrições que mitiguem os impactos sobre o mercado. A expectativa é que o recurso leve a discussão ao Tribunal do Cade, o que pode atrasar a consolidação da operação entre Petz e Cobasi.
A transação envolve a reorganização societária das empresas, com a Petz tornando-se subsidiária integral da Cobasi e unificação das bases acionárias. Para a Superintendência-Geral do Cade, não haveria riscos à concorrência — entendimento que agora está sendo oficialmente contestado.
Leia também: