A equipe de research do BTG Pactual (BPAC11) divulgou um relatório para apresentar as suas impressões após uma reunião com Miguel Mickelberg (CFO) e Iuri Campos (IRM) da Cyrela (CYRE3). O documento cita que a construtora tem um cenário mais difícil, mas segue com bom desempenho.
Diante disso, apesar dos cenários macro e micro mais difíceis, os analistas mantém a recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 27. Atualmente, os papéis operam na casa dos R$ 17,7. Isto significa um potencial de valorização de 52,54%. Em 2022, as ações da Cyrela já valorizaram 24,17%.
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Cyrela (CYRE3): temas da reunião
O relatório do BTG aponta que Mickelberg e Campos estavam dispostos a debater as perspectivas do setor e da empresa. Eles apresentaram os seguintes temas para discutir:
- as vendas do 3TRI22 foram sólidas apesar dos ventos contrários do setor;
- os custos de construção estão novamente sob controle e as margens são sólidas;
- o segmento habitacional de baixa renda parece mais atrativo após mudanças no programa CVA (Casa Verde e Amarela); e
- os cancelamentos não são um problema.
“O CFO disse que a empresa teve um desempenho de vendas sólido no 3T, com vendas fortes de alguns lançamentos específicos (uma das unidades compactas em SP, uma no Rio e outra no Nordeste via parceria), enquanto a velocidade de vendas em seus outros projetos foi mais fraca (refletindo um cenário mais desafiador)”, cita o relatório do BTG.
O executivo ainda sinalizou que o mercado está com as vendas mais fracas por conta dos maiores estoques de residências e a pior acessibilidade dos clientes. Entretanto, os analistas do BTG alertam que os balanços dos concorrentes estão com números melhores, mas não estão concedendo descontos como fizeram no ciclo passado.
O CFO relatou que os custos de construção estão novamente sob controle, sendo que eles não devem crescer daqui para frente. Além disso, Mickelberg reforça que conseguiu adquirir algumas matérias-primas como alumínio e PVC a preços mais baixos, os custos de mão de obra atingiram o pico, dentre outras operações.
Sem os custos maiores do que o orçado no 1S22, a Cyrela tem a expectativa de melhorar as margens. O CFO também comentou que a política interna de controles da empresa foi desenvolvida para lidar com os problemas no último ciclo e estão muito eficientes.
Segmento baixa renda mais atrativo após mudanças no Casa Verde e Amarela
A inflação mais alta prejudicou a faixa de imóveis incluídos no Casa Verde e Amarela, explica Mickelberg. Este cenário exigiu uma abordagem mais conservadora para novos lançamentos.
No entanto, com os custos de construção sob controle e as alterações recentes no Casa Verde e Amarela, como aumento da faixa de renda e tempo de financiamento e o uso do FGTS Futuro, melhoraram a acessibilidade para compradores de casas de baixa renda.
“A administração está agora mais otimista no segmento (embora ainda cautelosa). Ademais, a Cyrela elevou os preços de venda de suas unidades populares e a demanda continua sólida”, informa o BTG.
“A empresa não está tendo problemas com cancelamentos de vendas, e a administração está confiante de que a Lei de Cancelamentos prevalecerá. Embora a Cyrela espere que as entregas aumentem em 2023, ainda pode apresentar uma (pequena) queima de caixa devido a pagamentos antecipados significativos de alguns clientes”, conclui o relatório.
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