A Natura (NTCO3) apresentou lucro líquido de R$ 195 milhões no segundo trimestre de 2025 (2TRI25), revertendo o prejuízo de R$ 859 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. O resultado de 2024 havia sido impactado por um write-off não caixa e não recorrente de R$ 725 milhões.
No trimestre, as operações descontinuadas somaram R$ 250 milhões em perdas, resultando em lucro líquido das operações continuadas de R$ 445 milhões. O EBITDA recorrente atingiu R$ 796 milhões, mas foi parcialmente reduzido por R$ 99 milhões em custos de integração consolidados e R$ 40 milhões em despesas operacionais relacionadas principalmente a projetos estratégicos da holding. Excluindo impactos não operacionais, o lucro líquido ajustado foi de R$ 598 milhões.
A receita líquida totalizou R$ 5,7 bilhões, representando queda de 1,7% em relação ao 2TRI24 em reais, mas crescimento de 5,5% em moeda constante — ou 2,0% excluindo a Argentina. O desempenho foi impulsionado pelo crescimento de dois dígitos da Natura Brasil (+10,3%) e pela alta das receitas da marca Natura na Hispana (+17,8%, ou um dígito baixo sem a Argentina).
Esses avanços compensaram parcialmente a retração da marca Avon no Brasil (-12,9%) e a volatilidade nas operações da Avon e do segmento Casa & Estilo na Hispana, associadas à integração da Onda 2 no México e aos preparativos na Argentina.

Natura (NTCO3): dívida líquida em alta
A dívida líquida da NTCO3 encerrou o trimestre em R$ 4,0 bilhões, alta de R$ 1,6 bilhão desde o início do ano. Segundo a empresa, o aumento decorreu principalmente da reclassificação da Avon Internacional como ativo mantido para venda — que reduziu cerca de R$ 750 milhões do caixa consolidado — e do consumo de R$ 1 bilhão em caixa no semestre, devido à sazonalidade típica, à reestruturação da Avon Internacional e a efeitos cambiais adversos.
Além disso, houve saídas de R$ 140 milhões com recompra de ações e consumo de R$ 299 milhões em resultados financeiros líquidos, parcialmente compensados pela desvalorização do dólar frente ao real.
Apesar de uma desaceleração econômica e do mercado de beleza observada em junho, a Natura Brasil manteve desempenho acima da média do setor no primeiro semestre de 2025, e a companhia projeta ganho de participação de mercado no fechamento do ano.