O BTG Pactual (BPAC11) manteve sua recomendação de compra para as ações da Suzano (SUZB3) após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025 (2TRI25), avaliando o desempenho da companhia como “bastante razoável”, mesmo diante de um cenário desafiador para o mercado de celulose.
Segundo o banco, o EBITDA da SUZB3 alcança R$ 6,08 bilhões, uma alta de 25% na comparação trimestral e 2% acima das projeções da instituição, impulsionado principalmente por custos operacionais menores do que o previsto. O custo caixa da celulose, de R$ 838 por tonelada, ficou 4% abaixo da estimativa do BTG, refletindo menos paradas para manutenção e queda nos preços de insumos como soda cáustica, madeira e gás natural.
Suzano (SUZB3): ritmo firme e ganhos de eficiência
A companhia vende 3,27 milhões de toneladas de celulose no trimestre, crescimento de 23% em relação ao 1T25 e 28% na comparação anual, em função da entrada plena do Projeto Cerrado. O preço médio de venda da celulose se mantém estável, em US$ 555 por tonelada, enquanto o segmento de papel registra EBITDA de R$ 709 milhões, alta de 16% t/t, puxado por aumento de volumes e menor custo de produção.
De acordo com o relatório, a Suzano também se destaca pela boa geração de caixa livre, estimada em R$ 1,1 bilhão, com yield anualizado de 7%, mesmo considerando um consumo atípico de R$ 864 milhões em capital de giro. Ajustando o capex de crescimento, a geração de caixa livre teria sido de R$ 2,6 bilhões, com yield anualizado de 17%. A alavancagem líquida caiu de 3,5x para 3,0x, reforçando a visão do BTG de que a empresa segue um caminho consistente de desalavancagem.
Sinais de alívio
Apesar das recentes pressões sobre as ações, devido a dúvidas sobre a alocação de capital, o banco vê sinais de alívio após o anúncio da aquisição da Kimberly-Clark Brasil e os comentários da gestão sobre disciplina em futuras fusões e aquisições. O BTG acredita em valorização gradual dos papéis, conforme o mercado reconhece os ganhos com o Projeto Cerrado.
O banco ressalta ainda que a Suzano negocia atualmente a menos de 6,0x EV/EBITDA 2025, frente a um valor justo estimado de cerca de 7,0x, o que mantém o valuation atrativo mesmo em um ambiente desafiador para commodities.