O lucro líquido da Suzano (SUZB3) atingiu R$ 5,012 bilhões no segundo trimestre do ano (2TRI25), revertendo o prejuízo de R$ 3,7 bilhões do mesmo período do ano passado.
O ebitda recorrente foi de R$ 6,087 bilhões ante R$ 6,288 bilhões do segundo trimestre do ano passado, significando uma queda de 3%.
A receita líquida alcançou R$ 13,2 bilhões no segundo trimestre, representando um crescimento de 16% em relação aos R$ 11,4 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.
Suzano (SUZB3): cenário global pressiona preços da celulose
Segundo a SUZB3, o mercado global de celulose enfrentou forte pressão no segundo trimestre de 2025 (2TRI25), em meio a um cenário de incertezas geopolíticas e ajustes tarifários nos Estados Unidos. O chamado “Liberation Day”, evento que desencadeou instabilidade nas cadeias globais de suprimento, foi apontado como um dos principais fatores para a reversão da tendência de alta que vinha sendo observada no início do ano.
Após os aumentos de preços registrados no primeiro trimestre, o mercado asiático, especialmente a China, viu o preço da fibra curta recuar para níveis próximos de US$ 500 por tonelada, interrompendo o ciclo de valorização. Essa queda acabou sendo replicada, com algum atraso, também nos mercados europeu e norte-americano.
A hesitação dos compradores diante do novo cenário geopolítico levou à postergação de pedidos e à desaceleração dos negócios em abril. No entanto, a partir de maio, houve uma retomada gradual nos volumes comercializados, à medida que os preços encontraram novo equilíbrio.
Mesmo com o ambiente adverso no comércio internacional, a produção chinesa de papel apresentou crescimento de 5% no 2TRI25 em relação ao trimestre anterior, mantendo a tendência sazonal do setor. Os destaques ficaram por conta dos segmentos de papel-cartão e papéis sanitários, que avançaram 5% e 6%, respectivamente. Ainda assim, na comparação com o mesmo período do ano passado, houve retração de 2% na produção total de papel na China.
Redução de 3,5% na produção de celulose
A Suzano informou ao mercado que reduzirá sua produção de celulose de mercado em cerca de 3,5% nos próximos 12 meses, em relação à sua capacidade nominal anual. A decisão, segundo a companhia, considera o atual contexto desafiador do mercado global de celulose.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Suzano explicou que manter os volumes máximos de produção neste momento não garantiria um retorno financeiro adequado para a empresa. A estratégia visa preservar valor e alinhar a oferta às condições do mercado, que enfrenta pressão sobre os preços e excesso de oferta no curto prazo.
