O BTG Pactual reiterou sua recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 44, após a divulgação dos dados operacionais do terceiro trimestre de 2025. A instituição manteve uma visão construtiva sobre a companhia, destacando o sólido desempenho da produção da Petrobras e o potencial de revisões positivas na curva de produção, combinadas a possíveis reduções em capex e opex.
Segundo o relatório, a produção de petróleo aumentou 8% em relação ao trimestre anterior e 17% em relação ao mesmo período de 2024, alcançando 2,52 milhões de barris por dia (mbpd). O avanço foi impulsionado pela entrada em plena operação da plataforma Almirante Tamandaré, pelo aumento de capacidade no Duque de Caxias e pelo crescimento nos campos de Maria Quitéria e Alexandre de Gusmão.
O BTG destacou ainda que a Petrobras reiterou a expectativa de atingir o limite superior da meta de produção para 2025, o que pode puxar a curva de produção para cima no próximo Plano de Negócios. A taxa de utilização das refinarias chegou a 94%, refletindo forte dinamismo comercial e aumento de 9,4% nas vendas do segmento de refino.
Produção da Petrobras: BTG vê Brent no suporte de US$ 65
Apesar da volatilidade do Brent, o banco observa que o preço do barril tem encontrado suporte em torno de US$ 65, cenário que tende a sustentar uma geração de caixa saudável no quarto trimestre. O relatório, porém, ressalta que o aumento dos investimentos vem reduzindo o prêmio de dividend yield da Petrobras em relação aos pares globais. Na avaliação do BTG, a estatal precisa manter um diferencial de ao menos 5 pontos percentuais acima do setor para compensar a maior percepção de risco e preservar sua atratividade entre investidores.
Para o terceiro trimestre, o BTG projeta um EBITDA de US$ 11,5 bilhões, alta de 12,5% frente ao trimestre anterior e cerca de 5% acima do consenso de mercado. O fluxo de caixa estimado para o acionista é de US$ 4,8 bilhões, o que, de acordo com a atual política de dividendos, resultaria em uma distribuição de aproximadamente US$ 2,2 bilhões (yield de 2,9%).
Os analistas afirmam que, apesar do bom desempenho operacional e financeiro no trimestre, as atenções do mercado devem se voltar para o Plano de Negócios 2026-2030, previsto para o fim de novembro. O documento será fundamental para avaliar a sustentabilidade do retorno ao acionista a partir de 2026, em um contexto de maiores investimentos e preços de petróleo potencialmente mais baixos.
Como foi a produção no 3TRI25
A produção da Petrobras registrou recordes no terceiro trimestre de 2025 (3TRI25), impulsionada pelo desempenho das plataformas do pré-sal e pelo avanço operacional de novos sistemas de produção. Segundo dados divulgados pela companhia, a produção média de óleo, LGN e gás natural alcançou 3,14 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed), um crescimento de 7,6% em relação ao trimestre anterior e de 16,9% na comparação anual.
De acordo com o relatório de produção e vendas, o avanço foi resultado principalmente do atingimento do topo de produção do FPSO Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, e do aumento da capacidade do FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero. A empresa destacou ainda o ramp-up de outras unidades, como os FPSOs Maria Quitéria, Anita Garibaldi, Anna Nery e Alexandre de Gusmão, que contribuíram para elevar a produção da estatal.
Entre os destaques operacionais, o FPSO Almirante Tamandaré, que iniciou produção em fevereiro, atingiu sua capacidade nominal de 225 mil barris por dia em agosto, três meses antes do previsto, e chegou a 250 mil barris por dia em outubro — volume acima do projeto original, autorizado pelos órgãos competentes. Com isso, a unidade se tornou a maior plataforma de produção da Petrobras e do Brasil.
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