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BTG mantém recomendação de compra para Itaú após balanço do 2TRI25

BTG mantém recomendação de compra para Itaú após balanço do 2TRI25

O banco BTG Pactual (BPAC11) divulgou relatório sobre o balanço financeiro do Itaú (ITUB4), segudo o qual apresentou mais um conjunto robusto de resultados, com lucro líquido de R$ 11,5 bilhões e ROE de 23,3%. Foi mantida a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 40.

De acordo com o relatório, apesar de o lucro ter ficado apenas 1% acima do consenso (3% acima da estimativa BTG), a qualidade dos resultados operacionais foi alta: a margem financeira se expandiu, levando à revisão positiva do guidance de margem financeira com clientes para 2025, e a qualidade dos ativos permaneceu sob controle, adicionando viés de alta para nossas projeções e as do mercado.

“O capital de nível 1 (CET1) subiu 50bps t/t, para 13,1%, mais de 150bps acima dos concorrentes privados. As operações no Brasil entregaram um ROE de 24,4%, com destaque para o varejo, que superou a rentabilidade do atacado pela primeira vez desde meados de 2021 — um marco alinhado com a tese de digitalização. O ITUB4 segue como nossa única recomendação de Compra entre os bancos incumbentes do Brasil”, diz o BTG.

BTG: margem financeira do Itaú (ITUB4) surpreende

O relatório apontou ainda que a carteira de crédito (ex-variação cambial) cresceu 1% na comparação trimestral e 8% na comparação anual, impulsionado por hipotecas e cartões de crédito (+2% e +1,6% t/t, respectivamente), enquanto consignado e veículos recuaram 1,7% e 1,6% t/t.

“A margem financeira com clientes cresceu 3% t/t e 15% a/a, para R$ 29,6 bilhões, acima da nossa estimativa, beneficiada por melhor mix (cartão financiado, cheque especial, programas do governo para PMEs) e maiores margens em passivos, apesar da queda nas receitas com capital de giro”, avaliou outro trecho do relatório.

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A margem financeira no Brasil voltou a níveis de dois dígitos — algo não visto desde 2019. Com isso, o guidance de margem financeira com clientes para 2025 foi revisado para +11–14% a/a (vs. +7,5–11,5%). A margem com mercado veio 7% acima da estimativa do banco de investimentos, a R$ 858 milhões (-7% t/t; -39% a/a), suportado por ganhos de tesouraria, mantendo o guidance entre R$ 1–3 bilhões, com tendência de entrega na parte superior da faixa do guidance. A receita com tarifas cresceu 1% t/t, para R$11,3 bilhões (estável a/a), com contribuição positiva de gestão de ativos e seguros.

Qualidade dos ativos segue saudável

Com a adoção da Resolução 4.966 (provisões baseadas em perdas esperadas), o Itaú passou a divulgar informações mais detalhadas. O índice de inadimplência inicial, importante por sinalizar deterioração antecipada, caiu 20 pontos-base (bps) t/t, para 1,7% (com queda de 10bps no segmento pessoa física, para 3,0%). No segmento corporativo, o índice permaneceu em apenas 0,05% (-15bps t/t).

A inadimplência acima de 90 dias ficou estável em 2,3%, com estabilidade tanto em PF (3,6%) quanto em PME (1,6%). As provisões totalizaram R$ 9,7 bilhões (+1,8% t/t; +2,2% a/a; 2% abaixo da projeção do BTG), cobrindo 102% da formação de NPLs, que foi de R$9,4 bilhões (+22% t/t).

Após um primeiro trimestre sazonalmente mais leve, as despesas operacionais subiram 4% t/t e 9% a/a, 2,5% acima da estimativa BTG — o que foi considerado positivo, dado o aumento em despesas com pessoal, bônus por desempenho, tecnologia e marketing, compensados por redução em custos de agências físicas. O Itaú encerrou o trimestre com 95,7 mil funcionários (-1% t/t e a/a). A relação de eficiência ficou em 38,8% no consolidado e 36,9% no Brasil.

A alíquota efetiva de IR foi de 30,4% — acima do guidance anual de 27–29% — mas caiu t/t e a/a, com expectativa de normalização à frente. O CET1 encerrou o trimestre em 13,1%, e o patrimônio tangível (ex-DTA, intangíveis e despesas antecipadas) representou 56% do patrimônio total, um dos mais elevados entre os pares, refletindo qualidade e resiliência do capital.

O crescimento de aproximadamente 15% no EBT e LPA no primeiro semestre de 2025 reforça a visão construtiva para o Itaú.

“Acreditamos, porém, que estamos próximos de uma mudança na narrativa: a digitalização, automação com IA e novos modelos de atendimento estão reduzindo estruturalmente o custo de servir (CTS), especialmente no varejo. Essa transformação deve resultar em melhorias significativas na eficiência até 2028”, diz parte do relatório.

Por fim, o banco de investimentos avalia que, com CTS menor, o banco poderá acelerar o crescimento de forma sustentável — principalmente no segmento de pessoa física, onde os ganhos de eficiência podem financiar melhores ofertas comerciais. Mesmo que essas melhorias não elevem diretamente o ROE, a capacidade de manter retornos elevados enquanto cresce e reinveste em tecnologia e experiência do cliente pode ser suficiente para justificar uma expansão de múltiplos das ações do Itaú.