Uma comissão regulatória da China para bancos e seguros aprovou um plano de expansão de uma empresa afiliada do grupo Alibaba (BABA, BABA34), empresa do bilionário Jack Ma.
O Ant Group, do qual o Alibaba possui 33% das ações, recebeu aprovação para expandir negócios de financiamento ao consumidor. Empresas como Baidu, Netease, Longfor, Country Garden e Hansoh também se beneficiaram da medida.
O movimento ocorre quando os investidores estão vendo sinais de um ambiente regulatório chinês mais relaxado.
O Ant Group, que anteriormente teve seus próprios planos de IPO (oferta inicial de ações em bolsa de valores) frustrados por questões regulatórias, foi autorizado a dobrar seu capital registrado como parte do novo plano.
Uma sinalização de regulação mais branda para as empresas de tecnologia, bem como a reversão das políticas de Covid zero na China, estão sendo vistas por alguns investidores como um sinal de que o governo chinês apoiará o crescimento do setor privado este ano.
“A China adotou um tom notavelmente acomodado nos últimos meses, afastando-se de seus rígidos controles e reduzindo suas regulamentações em setores anteriormente altamente deprimidos. A prioridade do governo para 2023 será reviver o consumo e apoiar o setor privado”, afirmou Fawne Jiang, analista da Benchmark, em nota divulgada pela CNBC.
Eurasia aponta China como risco em 2023
A Eurasia, considerada a maior consultoria de risco político do mundo, divulgou na terça-feira (3) um relatório em que aponta como grandes riscos para 2023 a guerra na Ucrânia e a reabertura da China.
O relatório fez um jogo de palavras para chamar o líder Xi Jinping de “imperador”, apontando que ele é provavelmente o dirigente chinês mais poderoso desde Mao Zedong, o líder da Revolução Cultural que levou o comunismo ao poder no país.
“Xi é praticamente irrestrito em sua capacidade de perseguir uma agenda política estatista e nacionalista. Mas com poucos freios e contrapesos para constrangê-lo e sem vozes dissidentes para desafiar seus pontos de vista, a capacidade de Xi de cometer grandes erros também é incomparável”, aponta o texto.
A principal questão apontada pelos analistas é o risco de a China continuar sofrendo com os efeitos da pandemia de Covid-19, depois de suspender de forma abrupta as políticas de Covid zero e ver o país ter uma nova onda de internações e mortes, especialmente por causa de pessoas não vacinadas.
Esse vaivém prejudicou a economia chinesa em 2022 e, como maior importador do planeta, ameaça a recuperação dos demais países que tentar encerrar o ciclo inflacionário pós-pandemia que assolou o cenário macroeconômico internacional durante o ano.