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Aéreas em alta: ‘Fundamentalmente nada mudou’, afirma Felipe Paletta

Aéreas em alta: ‘Fundamentalmente nada mudou’, afirma Felipe Paletta

As ações das companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL54) viveram uma disparada na segunda-feira (8), em meio a um movimento técnico do mercado. A Azul liderou os ganhos da bolsa, com valorização de 31,30%, a R$ 1,51, enquanto a Gol avançou 17,6%, a R$ 7,10. O rali surpreendeu investidores em um setor que, do ponto de vista fundamentalista, ainda enfrenta sérias dificuldades.

Felipe Paletta, analista da EQI Research, avalia que a alta expressiva não se relaciona a melhorias operacionais ou financeiras das companhias.

“Fundamentalmente a gente não viu nada de Azul e Gol. As duas seguem em situação financeira bastante delicada, com a Azul enfrentando Chapter 11 nos EUA”, destacou.

Segundo ele, o que ocorreu foi um clássico caso de short squeeze. Mais de 20% das ações da Azul estavam alugadas em posições vendidas — quando investidores apostam na queda dos papéis.

“Qualquer movimento de alta provoca uma reação em cadeia, porque os gestores que estavam vendidos precisam recomprar ações para devolver. Esse processo se retroalimenta e acaba contagiando os papéis do setor”, explicou Paletta.

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A Gol, embora em melhor situação operacional no curto prazo, acabou acompanhando o movimento.

“Foi técnico, pautado por um cenário de sobrevenda nas últimas semanas. A recomposição das posições forçou esse ajuste”, completou.

Rally de setembro, mas perdas no ano

A disparada desta segunda se soma a um setembro de ganhos consistentes para as aéreas. A Azul já havia avançado 17,65% no dia 1º, 19,23% na quinta (4) e 23,66% na sexta (5). A Gol também mostrou força: subiu 10,35% em 1º de setembro e 7,83% na sexta-feira passada.

Apesar disso, o saldo anual continua negativo. Em 2025, a Azul acumula queda de 58,52% e, em 12 meses, recua 62,90%. Já a Gol, recua 99,31%.

Cade no radar

Um ponto que chegou a movimentar as discussões no mercado na semana passada foi a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que notificou Gol e Azul sobre a necessidade de formalizar em até 30 dias o acordo de codeshare anunciado em 2024. Caso contrário, a parceria pode ser caracterizada como gun jumping em 2026.

A notícia, porém, não explica o rali mais recente, segundo Paletta.

“Apesar da valorização vultuosa, não houve nada que altere de forma concreta os balanços das empresas. O movimento foi essencialmente técnico.”

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