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Por que as ações da Centauro (SBFG3) estão caindo? Entenda

Por que as ações da Centauro (SBFG3) estão caindo? Entenda

Na semana passada, as ações do Grupo SBF ($SBFG3), dona da Centauro, entraram em leilão na bolsa de valores, a B3 ($B3SA3), após apresentarem uma queda superior a 15% na terça-feira (8). Os papéis encerraram o pregão em recuo de 25,77%. No ano, desvalorização é de cerca de 20%. O que está acontecendo com as ações da Centauro?

No dia da queda em questão, a companhia divulgou que teve prejuízo de R$ 32,6 milhões no segundo trimestre de 2023 (2TRI23), ante lucro de R$ 31,7 milhões no mesmo período do ano passado. O diretor financeiro (CFO) Jose Luis Salazar confirmou a necessidade de rolagem de dívida em R$ 400 milhões. 

A empresa encerrou o período com uma dívida líquida ajustada de R$ 1,6 bilhão, contra R$ 856,5 milhões no 2TRI22. Acompanhe.

Direitos da Nike no Brasil

No início de 2020, o Grupo SBF adquiriu os direitos de negociação da Nike (NKE; $NIKE34) no Brasil e iniciou o processo de integração entre as suas duas operações. Com a aquisição, a varejista se tornou a distribuidora exclusiva dos produtos Nike no varejo online e físico no país por um período de dez anos.

O valor do negócio foi de R$ 900 milhões, envolvendo a aquisição do capital de giro (incluindo estoque) da empresa. O foco da Centauro diz respeito à Fisia, que abriga o gerenciamento da Nike. 

O acordo inclui a gestão do negócio de comércio eletrônico da Nike no país e das lojas da marca. Por cinco anos, o SBF poderá abrir lojas da Nike no país, com possibilidade de renovar o prazo.

Resultado do SBF decepciona

Recentemente, os pontos positivos do resultado do 2TRI23 do Grupo SBF foi ofuscado por uma queima de caixa de mais de R$ 500 milhões e um lucro tímido, impactado pelo aumento expressivo das despesas financeiras.

O BTG Pactual ($BPAC11) pontua que, nos últimos 2 trimestres, a Fisia impulsionou o crescimento da receita do Grupo SBF. No 2TRI23, o destaque foi a Fisia, que cresceu as vendas em 17% para R$ 856 milhões. A alta foi impulsionada por mais vendas D2C – quando a indústria vende diretamente para o consumidor final –  e um portfólio mais assertivo de produtos.

Enquanto isso, a Centauro avançou apenas 1% no período, com vendas de R$ 705 milhões. O comércio online caiu 30%, ao mesmo tempo em que o varejo físico subiu 13%. A empresa focou em aumentar a rentabilidade no canal digital, revisando suas regras para os fretes a partir das lojas, investimentos em marketing e descontos.

As lojas físicas da Centauro registraram crescimento de Same Store Sales (relação entre as vendas realizadas nas mesmas lojas no período atual comparado as do mesmo período do ano anterior) de 7,2%, impulsionando as vendas brutas em 3,3% na comparação anual.

A receita líquida da Centauro cresceu 1,8% em relação ao mesmo intervalo de 2022, para R$ 803 milhões, enquanto a receita líquida da Fisia aumentou 16%, para R$ 906 milhões.

Ações da Centauro: como o mercado vê

O BTG Pactual vê alguns sinais de melhora no primeiro semestre do ano, principalmente da parte da Nike, mas com ajustes ainda em andamento nas operações da Centauro.

Vemos a companhia negociando com desconto em relação à mediana dos varejistas”, relata. Contudo, para o banco de investimentos, a incerteza de curto prazo sobre o ritmo de recuperação da receita e das margens, principalmente na Centauro, bem como os níveis de capital de giro da Fisia, significam que o mercado pode demorar mais para precificar essa recuperação.

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De um ponto de vista mais estrutural, com posição de liderança em um mercado de artigos esportivos altamente fragmentado, vemos espaço para ganhos de market share, principalmente com a operação da Nike, que aliada a uma plataforma crescente de omnichannel, sustenta nossa visão positiva de longo prazo sobre o nome“, escreve em relatório.

O Bradesco BBI avalia que as receitas vieram praticamente em linha com o esperado para o intervalo. Apesar disso, o Ebitda ficou 23% abaixo das projeções, após avanço de 54% nas despesas financeiras líquidas. 

Para o banco, a falta de visibilidade sobre o equilíbrio entre estoque e rentabilidade é o principal problema que atinge a empresa atualmente. Esse ponto levanta preocupações adicionais sobre a capacidade da empresa de retomar lucro nas operações. 

O SBF arcou com maiores pagamentos de taxas de marketing e royalties diante do alto nível de estoques no 2TRI23, além de despesas temporárias relacionadas a gastos com armazéns adicionais devido aos altos estoques.

O Santander julga que o período foi negativo, com queima de caixa pior do que as estimativas do mercado. A instituição esperava ver esforços da Centauro para reduzir o peso do excesso de estoque nas margens. Ainda assim, vê sinais de melhorias para a questão. 

O Safra julga que o cenário macro é, de longe, o maior risco que pode afetar a receita da Centaura. Além disso, as margens podem ser afetadas pelo custo das matérias-primas e commodities. O BTG complementa, em relatório, que o Grupo SBF está sujeito às condições macroeconômicas, principalmente inflação, taxa de câmbio, crescimento do PIB, consumo e disponibilidade de crédito.

Os riscos específicos da Centauro incluem a dinâmica de crescimento do setor de e-commerce, a concorrência e a deterioração dos termos do capital de giro“, escreve o BTG.