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Ações em recuperação judicial: risco ou oportunidade?

Ações em recuperação judicial: risco ou oportunidade?

Alguma vez você já pensou em investir em ações em recuperação judicial? Será essa uma boa oportunidade ou apenas um grande risco? Confira as respostas neste artigo.

A recuperação judicial tem sido uma estratégia utilizada por muitas empresas brasileiras nos últimos tempos para evitar a falência e se manter no mercado.

A quebra de uma empresa é sempre algo bastante prejudicial para o mercado em geral, pois pode deixar uma série de pessoas desempregadas e credores no prejuízo.

Por esse motivo, a legislação brasileira, por meio da Lei n. 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, disciplina o processo de recuperação judicial, extrajudicial e falência do empresário e da sociedade empresária.

Mas o que acontece quando alguém tem ações de uma empresa e ela entra em recuperação judicial? Já parou para pensar sobre isso?

Neste artigo iremos abordar o tema das ações em recuperação judicial e tentaremos, de uma forma simplificada, mostrar se elas são um risco ou uma grande oportunidade para o investidor.

Confira!

O que é a recuperação judicial de empresas?

Qual é o risco de se investir em ações em recuperação judicial

A recuperação judicial é um processo que tem como o seu principal objetivo permitir que uma empresa supere uma situação de crise econômico-financeira e consiga a garantir a sua continuidade no mercado.

No Brasil, o procedimento da recuperação judicial é regulado pela Lei n. 11.101/2009, que deve ser seguida sempre que uma empresa estiver prestes a quebrar, pois ela também disciplina o processo de falência.

No geral, as empresas que acabam contraindo dívidas maiores do que elas podem arcar acabam apelando para o processo de recuperação judicial como um “último suspiro” antes de uma eventual quebra.

Durante a recuperação judicial, as empresas têm tempo para tentar renegociar as suas dívidas e pagar os seus credores, que normalmente são muitos.

Caso elas consigam dar a volta por cima, encerram o processo de recuperação judicial e retornam ao mercado mais fortes e, em muitos dos casos, totalmente reestruturadas.

No entanto, é possível que o processo de recuperação não seja exatamente um sucesso. Caso isso ocorra, não há outro caminho a não ser decretar a falência da companhia.

Para o Brasil, de uma forma geral, não é interessante que as empresas quebrem, sejam elas pequenas ou grandes.

Isso porque cada empresa que fecha as portas representa uma redução no número de postos de trabalho para a população, fato que gera, além do desemprego, uma série de problemas sociais.

Por isso, por meio da possibilidade de abertura de uma recuperação judicial, as empresas em dificuldades têm uma espécie de “segunda chance” para conseguir se manter no mercado.

Quantas empresas em recuperação judicial existem na Bolsa de Valores?

Um levantamento feito pela B3 no início do ano mostrou que cerca de 20 das empresas listadas na Bolsa estavam com processo de recuperação judicial em aberto.

Dentre essas empresas, uma das mais emblemáticas é a Oi, gigante do mercado de telecomunicações.

Para que você possa ter uma ideia, a dívida da Oi chegou a R$ 65 bilhões ainda no ano de 2016, sendo esse valor devido a cerca de 55 mil credores diferentes.

A Oi possui um histórico de altos e baixos no mercado brasileiro.

Ela surgiu da fusão da antiga Telemar e da Brasil Telecom, mas precisou adquirir uma série de pequenas empresas do setor para que pudesse ampliar a sua estrutura e, assim, atender ao mercado.

O problema é que a maior parte das empresas adquiridas já estava no vermelho, incluindo a própria Brasil Telecom.

Após levar um calote da empresa portuguesa chamada Portugal Telecom, que chegou a comprar 22% da participação da Oi, a situação da empresa piorou ainda mais.

Hoje, as ações da Oi têm sido negociadas no mercado a preços muito baixos, contudo, ao fazer uma breve análise de seu histórico, percebe-se que essa não é a primeira vez que isso acontece.

Em 2014, por exemplo, as ações da Oi (OIBR3 e OIBR4) chegaram a valer apenas R$ 1, fato que motivou o agrupamento dessas ações em lotes de 10 para que pudessem valer R$ 10 cada.

De 2014 até aqui, as ações da Oi chegaram a passar por momentos de valorização, contudo, após as recentes notícias de que a empresa possui dinheiro em caixa para manter as suas operações apenas até o início de 2020, as ações voltaram a despencar.

Podemos dizer que a recuperação judicial da Oi é, certamente, um dos maiores e mais importantes casos de recuperação judicial que já ocorreram no Brasil.

Isso porque a Oi não é apenas uma grande empresa do ramo de telecomunicações, mas é a única prestadora de serviços de telefonia e internet em mais de dois mil municípios brasileiros.

Caso a Oi venha a quebrar, milhares de pessoas poderão ficar sem acesso a esses serviços, que são considerados quase que essenciais nos tempos atuais.

Por isso, há tanto um interesse por parte da gestão da empresa quanto do próprio governo para que ela não feche as suas portas definitivamente.

Entre as empresas em recuperação judicial que negociam suas ações na B3 também estão outras importantes companhias como a Livraria Saraiva, a líder do mercado de coberturas Eternit, além de algumas empresas que pertenceram ao empresário Eike Batista.

Os riscos de adquirir ações de empresas em recuperação judicial

De uma maneira geral, os investimentos em ações já são arriscados por natureza.

Se você já investe em ações, então sabe do que estamos falando, pois o preço dos ativos ao longo de um pregão pode variar bastante em intervalos curtíssimos, como o de um minuto.

Não é possível prever quando uma empresa sofrerá uma alta ou uma queda, apesar de existirem análise que permitem entender os movimentos do mercado, por isso, investir em ações é tão emocionante.

No entanto, quando estamos falando de ações em recuperação judicial, o cuidado da parte do investidor deve ser outro, pois, nesse caso, o risco se torna um pouco maior do que o de costume.

As empresas em recuperação judicial possuem um risco real de acabarem quebrando e, consequentemente, podem deixar na mão seus credores e, até mesmo, os seus acionistas.

Outro grande risco de uma recuperação para os acionistas é de que a sua própria participação acionária acabe valendo muito pouco ao longo desse processo.

Isso acontece, pois, em alguns casos, os credores podem acabar tomando o controle da companhia em recuperação judicial e, em casos extremos, o controle total pode passar para as mãos desses credores.

No caso da Oi, por exemplo, há um grande impasse no seu processo de recuperação judicial, pois há uma proposta de que 75% da empresa seja entregue aos credores (conversão da dívida em capital), no entanto, os acionistas majoritários não aceitam essa proposta e pretendem processar os diretores da empresa.

Como você pode perceber, investir em ações de empresas que estão passando por um processo de recuperação judicial pode ser como mexer em um vespeiro, pois, com os nervos à flor da pele, as decisões tomadas pela diretoria podem acabar causando prejuízos para muitas pessoas.

É possível lucrar com ações em recuperação judicial?

Se, por um lado, investir em ações de empresas que estão passando por um processo de recuperação judicial pode ser perigoso, de outro, também pode ser uma grande oportunidade.

A história já mostrou que é possível uma empresa em recuperação judicial efetivamente se recuperar e voltar a dar lucro para os seus investidores.

Contudo, no Brasil, o número de empresas que efetivamente se recuperam ainda é bastante pequeno em face da quantidade de companhias que efetivamente decretam a falência.

Normalmente, as empresas que estão nessa situação sofrem uma forte desvalorização de suas ações na Bolsa de Valores.

Mas isso também faz surgir algumas boas oportunidades de lucro, principalmente para os traders de plantão.

Recentemente, um anúncio de que a Saraiva teria contratado um novo CEO fez com que suas ações disparassem na Bolsa, saindo de R$ 1,60 para R$ 6,82 no último dia 30/08 (SLED3). Um salto de mais de 400%!

O problema é que a euforia tem se dissipado e as ações da Saraiva voltaram a cair nos últimos dias.

No entanto, quem possuía alguma ação dessa companhia em sua carteira e soube aproveitar a oportunidade, certamente conseguiu ganhar um bom dinheiro.

É por isso que quem investe em ações em recuperação judicial deve ficar atento não somente aos gráficos e às previsões do mercado, mas deve atentar-se ao noticiário, pois as notícias podem fazer surgir excelentes oportunidades de ganhar dinheiro.

Considerações finais

Ao longo deste artigo você viu que a recuperação judicial não é o fim da linha para uma empresa.

Na realidade, essa é uma oportunidade que a companhia possui de se recuperar das dívidas e voltar ao mercado ainda mais forte.

As ações em recuperação judicial podem representar boas oportunidades de lucro, principalmente se você acredita no valor dessas empresas. Mas tenha consciência de que o risco envolvido nesse investimento é bastante alto.

No entanto, para a maioria dos investidores mais arrojados, o risco não é um problema, desde que a recompensa seja proporcional ao perigo que se corre.

Se você não sabe se deve investir em ações em recuperação judicial, o ideal é contar com a ajuda de um especialista no mercado financeiro para sanar essa dúvida.

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Lembre-se sempre de acompanhar as notícias sobre o mercado financeiro para não perder as oportunidades que podem surgir.

Até a próxima e bons investimentos!