O Tesouro Nacional está acelerando os preparativos para lançar, ainda neste ano, duas das principais inovações do Tesouro Direto: a ampliação do horário de negociação para 24 horas, o Tesouro Direto 24h por dia e a criação de um produto voltado à reserva de emergência.
A informação foi confirmada ao jornal Valor Econômico pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron. Entre as mudanças, destaca-se o projeto da negociação 24 horas, que permitirá a compra e venda de títulos públicos a qualquer momento, todos os dias da semana. Inicialmente, a funcionalidade será restrita ao Tesouro Selic, considerado o papel mais líquido da plataforma. Hoje, o investimento pode ser movimentado apenas entre 9h30 e 18h, de segunda a sexta-feira.
Ceron explicou à publicação que o TD 24h é a grande prioridade no ano. Segundo ele, a preparação do produto está na fase final e no começo de junho a tendência é ter uma ideia mais clara sobre a data e o cronograma do lançamento.
Tesouro Direto 24h: criação é sondada para o segundo semestre
A expectativa, de acordo com ele, é lançar entre setembro e outubro. Ceron já havia dito que a plataforma de negociação do Tesouro 24 horas deveria começar a operar prevista para o segundo semestre e tem como objetivo ampliar o acesso dos investidores ao mercado de títulos públicos, oferecendo mais flexibilidade e conveniência para aplicações e resgates.
Lançado em 2002 pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em parceria com a B3 ($B3SA3), o Tesouro Direto foi criado com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos federais. Desde novembro de 2024, o programa eliminou o valor mínimo para aplicação, permitindo investimentos a partir de qualquer quantia, com limite máximo de R$ 2 milhões por investidor.
Em um ano, o saldo total em custódia do Tesouro Direto cresceu 13%, passando de R$ 126,8 bilhões para R$ 142,7 bilhões. Apesar do avanço, o saldo médio por investidor apresentou queda de 31%, recuando de R$ 2,5 mil para R$ 1,7 mil. O movimento indica uma expansão da base de investidores, com maior participação de pequenos aplicadores.
Entre os títulos mais procurados estão o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA, que juntos respondem por 75% do volume total investido. O Tesouro Selic, em particular, vem ganhando espaço na carteira dos investidores, ampliando sua participação de 27% em 2020 para 40% no encerramento de 2024.