Como o mercado esperava, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa Selic para 12,75%, deixando em aberto se nova alta, de menor magnitude, virá na reunião de 14 e 15 de junho.
Boa parte do mercado projeta mais 0,50% de juros, mas há opiniões indo de 0,25% a 0,75% de alta. Com isso, a Selic final pode ser de 13% a 13,5%. A EQI Asset trabalha com a expectativa de Selic a 13,25%.
No entanto, ao afirmar que uma “possível alta de menor magnitude” deva acontecer em junho, o Copom deixa a porta aberta a possibilidades – até mesmo a de manutenção da Selic em 12,75%.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a dúvida só deverá ser sanada na próxima terça-feira (10), quando será divulgada a ata do Copom – que foi mantida para a data, apesar da greve dos servidores do Banco Central.
Veja os principais pontos que Kautz destacou do comunicado de ontem (4) do Copom.

Decisão do BC foi correta: efeito da Selic sobre a inflação virá
“A gente entendeu que a decisão do Banco Central foi correta. Também já era esperado a sinalização de mais uma alta na próxima reunião, para 13, 25%. O Banco Central sinalizou um cenário em que um grande pedaço do ajuste monetário que foi feito até agora ainda não entrou na economia”, ele afirmou.
“O prazo de transmissão das altas de juros para a economia são longos e isso significa que as altas não tiveram impacto completo ainda, o que deve acontecer nos próximos trimestres, inclusive com uma intensidade grande em 2023”, complementa.
Perto da meta para a inflação em 2023
“O ano de 2023 é importante, porque o Banco Central mudou o horizonte de análise e objetivo da inflação. Obviamente, ele não largou a inflação deste ano para trás, mas está olhando muito mais para a inflação do ano que vem. E essa inflação está muito próxima da meta, de 3,25%, estando agora em 3,4%”, explica Kautz.
“Como está muito próximo desse patamar, isso sugere que não deveria ter muitas altas adicionais na taxa de juros. Um ponto interessante é que a gente não esperava essa alta nas projeções de inflação do Banco Central para o ano que vem. A gente achava que elas ficariam em 3,10%, mas subiu para 3,4%”, diz.
Ele afirma ainda que choques adicionais de inflação este ano, que contaminem as perspectivas de inflação para o ano que vem, podem fazer com que, talvez, o BC tenha que estender um pouco mais o ciclo e fazer mais do que somente uma alta de 0.50%.
“Talvez, mais duas altas sejam necessárias”, avalia.
O que prestar atenção na ata do Copom
“É interessante entender, no momento da divulgação da ata, como o Copom vai explicar essas projeções da inflação mais altas para o ano que vem. E o que eles querem dizer com a palavra ‘provável’”, diz.
“Anteriormente, era falado em outro ajuste, agora é falado em ‘provável extensão do ciclo com mais um ajuste’. Essa dinâmica será melhor entendida na ata e deve sinalizar melhor quais são os próximos passos”, explica o economista-chefe.
“De qualquer maneira, está mantido o nosso cenário de mais uma alta de 0,50% para a próxima reunião. Vamos para 13,25% de taxa Selic. E qualquer mudança desse cenário só será desenhada depois de analisada a ata do Copom na semana que vem”, finaliza.
Quer saber mais sobre os impactos da Selic a 13,25% nos seus investimentos? Preencha este formulário e um assessor da EQI Investimentos entrará em contato para tirar todas as suas dúvidas!