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Invista lá Fora discute Riscos Geopolíticos e Cisnes Negros

Invista lá Fora discute Riscos Geopolíticos e Cisnes Negros

O brasileiro que investe no exterior, sobretudo nos Estados Unidos (EUA), precisa estar atento ao noticiário geopolítico e às consequências que os acontecimentos políticos e econômicos mundiais trazem ao seu patrimônio.  

No painel “Riscos Geopolíticos, Cisnes Negros?”, do Invista lá Fora, evento online e gratuito da EQI Investimentos que chegou ao fim nesta quarta-feira (8), o analista político Oliver Stuenkel falou sobre o cenário atual com Paula Moraes, jornalista da BM&C News. Confira como foi.

  • Perdeu algum painel ou gostaria de rever o conteúdo? Acompanhe em nosso portal toda a cobertura do evento. As gravações também seguem disponíveis no canal do Youtube do EuQueroInvestir.

Entenda o cenário geopolítico atual

Paula Moraes inicia a reflexão do painel apontando que os últimos três anos foram desafiadores com a pandemia de covid-19 e o conflito no leste europeu. Diante deste cenário, ela pergunta para Stuenkel quais foram as consequências geopolíticas e o que foi alterado diante destes fatos. 

Stuenkel cita que as últimas três décadas foram excepcionais, pela ausência de tensões geopolíticas que ocorriam desde o final da Guerra Fria. Inclusive, ele apontou que as tensões geopolíticas eram uma realidade cotidiana na humanidade nos últimos séculos. Com isso, o analista relata que as grandes multinacionais e os investidores não estavam tão preocupados com a dinâmica das relações exteriores entre os países. 

Quando eu digo isso, as pessoas me questionam, mas, e a Guerra no Iraque, a Guerra do Afeganistão, o 11 de setembro, os ataques terroristas em Nova York. Aquilo sim causou pequenos abalos no mercado, mas em nenhum momento houve uma percepção de que algo mudou estruturalmente, porque eles foram, acima de tudo, conflitos que envolveram uma única grande potência, os EUA, e potências menores ou atores não estatais, como os grupos terroristas, por exemplo”, explica. 

Stuenkel destaca que estamos em uma situação multipolar, ou seja, diferente da que ocorreu nas décadas de 1990 e 2000. Isto porque o mundo agora conta com várias grandes potências. “A gente não lembra que, até recentemente, a possibilidade de tensão entre grandes potências não existia, porque havia apenas uma”, relata. 

Ao se referir à multipolarização do mundo, o analista lembra que a ascensão econômica da China foi, de certa forma, um produto da política liberal econômica dos EUA durante a Guerra Fria, com incentivos pró globalização e pró abertura da economia. Curiosamente, este movimento provocou a multiplicação de polos de poder, o que trouxe mais tensões geopolíticas. 

O caso da Ucrânia, no fundo, nada mais é do que um reflexo dessa nova realidade, ele diz. Quem acompanha a política russa – e Stuenkel afirma que viaja para Moscou praticamente todos os anos há mais de uma década -, sabe que não era nenhum segredo que, em algum momento, a Rússia queria retomar não só a Ucrânia, mas também reconquistar seu status como grande potência e sua zona de influência no leste europeu.

Em sua análise, a Rússia enxergou a oportunidade para exercer a sua influência militar no leste europeu agora porque ela possui laços com outras potências, como a China, que não aceitaram fazer parte dsa aliança ocidental.

Para um exercício de reflexão, Stuenkel indica que, dificilmente, a Rússia faria este movimento contra a Ucrânia há 20 anos, visto que o poder econômico e a capacidade diplomática dos EUA de construir uma aliança contra a Rússia era, então, muito maior.  

É possível encontrar boas oportunidades nos EUA?

Apesar de todos os problemas geopolíticos atuais da alta de juros, Stuenkel diz que está impressionado com a economia dos EUA. Na avaliação dele, o desempenho é resultado da recuperação econômica do país no período pós-covid-19. 

O mercado de trabalho nos EUA está excelente, algo que o governo atual cita com frequência. Essa situação, apesar de todos os problemas, deixa o atual presidente [Joe Biden] muito confiante e ativamente preparando sua campanha para a reeleição. Muitos analistas entendem que há uma chance de ele ser reeleito”, disse o analista.

Diante disso, Oliver diz que a tensão geopolítica não deve assustar o investidor. Contudo, ele recomenda o monitoramento do noticiário, para que o investidor não se assuste com fatos secundários, como o caso do balão espião chinês, uma vez que esse tipo de notícia deve se tornar cada vez mais frequente. 

Além disso, apesar da escalada de tensões entre EUA e China, Stuenkel lembra que há relação de dependência entre os dois países, que são os maiores parceiros comerciais do mundo. Logo, as chances das relações se colapsarem de vez são bastante baixas. 

Confira o painel “Riscos Geopolíticos, Cisnes Negros?” na íntegra: