O CRA da Raízen (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) é uma opção de investimento em Renda Fixa que pode atrair investidores interessados em bons retornos atrelados à inflação.
Para avaliar se vale a pena investir, a EQI Research, por meio do analista de Renda Fixa João Neves (CNPI), elaborou um relatório detalhado sobre a saúde financeira da Raízen e o risco de crédito desses títulos, destacando seus pontos positivos e desafios.
O portal EuQueroInvestir traz os principais destaques desse relatório para que você analise esse produto de Renda Fixa e decida se ele é uma boa opção de investimento.
CRA Raízen: Estratégia de Reestruturação e Estabilidade no Longo Prazo
De acordo com a análise da EQI, a Raízen tem tomado medidas para reduzir sua alavancagem e restabelecer sua rentabilidade.
A companhia passou a priorizar a eficiência operacional em detrimento da expansão, buscando um equilíbrio financeiro mais sustentável. Entre as estratégias adotadas, destaca-se a venda de ativos não essenciais, o que pode acelerar a redução da alavancagem.
“A companhia dispõe de alternativas para acelerar a redução de sua alavancagem, com destaque para a venda de ativos não essenciais à operação, estratégia que já está em andamento“, pontua o relatório.
Além disso, a Raízen conta com amplo acesso ao mercado de crédito, o que facilita a rolagem da dívida e reduz riscos de liquidez. Esse fator é fundamental para reforçar a estabilidade da empresa no longo prazo.
“Seu amplo acesso ao mercado favorece a redução do risco financeiro, facilitando a rolagem da dívida e mitigando riscos de liquidez“, destaca a EQI Research.
Pontos para ficar atento: alto endividamento e pressão nas margens
Apesar dos esforços para equilibrar suas finanças, a Raízen ainda tem alguns pontos para ficar atento.
Segundo Neves, o endividamento elevado é consequência de um ciclo intenso de investimentos em etanol de segunda geração. Esse cenário se agrava devido ao atual ambiente de juros altos, o que torna o custo da dívida ainda mais oneroso.
“A companhia atravessa um período de alavancagem elevada, consequência de um ciclo de grandes investimentos em etanol de segunda geração“, explica o analista.
Outro ponto de atenção é o impacto das despesas financeiras, que compromete a capacidade da empresa de gerar caixa. Como resultado, o processo de desalavancagem se torna mais desafiador.
“A companhia enfrenta um período desafiador, com resultados abaixo do esperado, margens pressionadas e um elevado impacto das despesas financeiras“, alerta a EQI Research.
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Expectativas para o futuro
A perspectiva da EQI Research é de que a rentabilidade da Raízen melhore nos próximos trimestres, o que deve contribuir para o aumento da geração de caixa e a redução da alavancagem. Esse cenário poderá ser ainda mais favorecido caso a companhia consiga avançar na venda de ativos não essenciais.
“A companhia deve registrar uma melhoria na rentabilidade ao longo dos próximos trimestres. Esse avanço contribuirá para o aumento da geração de caixa e, consequentemente, para o processo de desalavancagem“, projeta o relatório.
Porém, há incertezas sobre o impacto efetivo dessas estratégias. O principal questionamento é se a venda de ativos será suficiente para atingir a meta de redução da dívida e se os preços desses ativos serão adequados ao mercado.
“É fundamental avaliar se essas transações serão suficientes para atingir esse objetivo e se os ativos serão vendidos a valores adequados ao mercado“, ressalta a EQI Research.
Recomendação: vale investir?
Apesar dos desafios, a EQI Research considera que a Raízen possui um bom perfil de crédito e tende a apresentar melhorias nos resultados financeiros.
O acesso facilitado ao mercado de crédito e as alternativas para redução da alavancagem são fatores que contribuem para uma visão otimista sobre seus títulos de dívida. “Seguimos acreditando que a empresa tem um bom perfil de crédito“, afirma o relatório.
A empresa recebeu nota 60% na avaliação de crédito da EQI, um patamar considerado mediano, influenciado principalmente pelo alto nível de endividamento e pelas margens pressionadas. No entanto, a companhia tem rating AAA pelas três principais agências de classificação de risco, o que é um indicativo de segurança para os investidores.
Atualmente, os CRAs da Raízen oferecem taxas atrativas, variando de IPCA + 7,97% a IPCA + 8,49%, com vencimentos entre 2029 e 2037.
“Vemos uma oportunidade nos títulos de dívida da RAIZ, uma vez que esperamos uma melhora na situação financeira da companhia ao longo dos próximos trimestres“, conclui a EQI Research.
Apesar dos riscos, a análise aponta que a empresa ainda possui condições de honrar suas obrigações e que suas taxas estão acima da média de concorrentes em situação financeira mais confortável.
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