O cenário econômico sofreu algumas modificações nas últimas semanas. Com isso, há uma necessidade de rever alguns pontos para investir na Renda Fixa a partir deste mês de outubro. Se você, investidor, tem algumas dúvidas sobre este novo cenário, a Carteira Recomendada de Renda Fixa da EQI Research revela a maneira correta de investir em títulos do Tesouro.
Como investir em títulos no tesouro: entenda o cenário atual
No relatório da Carteira Recomendada de Renda Fixa da EQI Research, o analista João Neves faz uma análise dos cenários interno e externo.
No Brasil, Neves relata que foi preciso revisar o cenário base devido à deterioração das expectativas, um nível de atividade econômica consideravelmente mais robusto do que o esperado e a inflação projetada pelo Banco Central (BC) acima da meta no horizonte relevante.
“Acreditamos que o novo ciclo de alta da SELIC elevará a taxa para 11,75% ao final de 2024, com duas elevações de 50 pontos-base nas próximas reuniões do COPOM e novas altas em 2025, levando a Selic a 12,5%. Consideramos esse patamar suficientemente elevado para reancorar as expectativas de inflação e aproximar as projeções da meta”, avaliou o analista.
- Leia também: Como investir com a Selic a 10,75%?
Dessa forma, Neves indica que os pontos de atenção são a evolução das expectativas de inflação, o nível de atividade da economia doméstica e pressões inflacionárias adicionais.
Para o exterior, o analista de Renda Fixa revisou o cenário do mercado internacional por conta da desaceleração mais rápida da economia norte-americana, o que abriu espaço para cortes de juros mais agressivos do que o inicialmente esperado.
Assim, a expectativa de Neves é que haja dois cortes adicionais de 25 pontos-base em 2024, levando a faixa da taxa de juros do FED Funds Rate para 4,25% a 4,5% ao ano.
O analista cita que os principais riscos associados à perspectiva continuam sendo:
- Desaceleração da economia norte-americana ainda mais acelerada do que o esperado;
- Ressurgimento da inflação.
Recomendação de alocação para se adaptar ao novo cenário
Veja abaixo as recomendações de alocação na Renda Fixa a partir da análise do perfil de investidor:
Perfil conservador
- 10% em prefixados
- 25% em títulos atrelados à inflação
- 65% em pós-fixados
Perfil moderado
- 17,5% em prefixados
- 42,5% em títulos atrelados à inflação
- 40% em pós-fixados
Perfil agressivo
- 25% em prefixados
- 45% em títulos atrelados à inflação
- 30% em pós-fixados
Como investir em títulos no tesouro em outubro
Segundo a EQI Research, os títulos atrelados à inflação (IPCA+) têm a melhor relação risco-retorno no momento. Além de oferecerem altas taxas (carrego), eles protegem contra uma inflação mais elevada, reduzindo os riscos do cenário.
Os títulos pós-fixados estão com rendimentos interessantes em termos reais e oferecem proteção contra uma deterioração adicional do cenário, assim como também contribuem para menor volatilidade da carteira.
Já dentre os pré-fixados, os com vencimento curto deixam de ser oportunidade. As taxas com vencimento intermediário estão em patamares elevados o suficiente para justificar o risco, já que oferecem um carrego interessante e podem gerar ganhos de capital caso a curva tenha uma queda no futuro. Para os vencimentos mais longos, os prêmios não justificam o risco.
Se a escolha dentro da Renda Fixa for por títulos do Tesouro Direto, a alocação recomendada da EQI Research para R$ 100 mil é a seguinte:
Por que seguir uma carteira recomendada?
Se você está se perguntando: “mas, afinal, por que eu deveria seguir uma carteira recomendada?”, nós te explicamos!
Utilizar uma carteira recomendada de uma casa de análise é uma estratégia interessante, já que essas carteiras são elaboradas por especialistas que acompanham e analisam o mercado continuamente. Eles consideram diversos fatores, como tendências econômicas, riscos e oportunidades de crescimento.
Seguir essas recomendações pode ajudar você, investidor, especialmente se não tiver tempo ou conhecimento para análises mais aprofundadas, a diversificar seus investimentos e tomar decisões mais embasadas.
Além disso, seguir uma carteira recomendada reduz o risco de erros e aumenta as chances de bons retornos no longo prazo.
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