O BTG Pactual (BPAC11) publicou um relatório para explicar o reajuste de preços, bem acima do esperado, dos compradores da Oi Móvel (TIM, Vivo e Claro). Hoje (20) de manhã, as três companhias informaram que o preço acordado de R$ 15,9 bilhões precisa ser reduzido em R$ 3,2 bilhões para incluir as métricas piores de novos clientes líquidos, dívida líquida, capital de giro e capex.
Antes de prosseguir, é preciso relembrar como foi a negociação da venda da Oi Móvel. As gigantes de telecomunicações retiveram 9% do valor a ser pago para a Oi, cerca de R$ 1,4 bilhão, para se proteger de eventuais ajustes.
Na avaliação da TIM, Vivo e Claro, eles não vão pagar este valor que retiveram e ainda estão pedindo R$ 1,8 bilhão a mais. Ao somar tudo, o valor ficaria em R$ 3,2 bilhões, com a seguinte distribuição:
- TIM – R$ 1,4 bilhão;
- Vivo – R$ 1,1 bilhão;
- Claro – R$ 0,7 bilhão.
“Acreditamos que o reajuste de preço esteja relacionado principalmente ao número de novos clientes líquidos”, explica o relatório BTG.
Além disso, os compradores pedem outros R$ 353 milhões (R$ 231 milhões para TIM, R$ 64 milhões para Vivo e R$ 58 milhões para Claro) em compensação por ativos móveis (aluguel de sites/torre), que eleva o custo total para R$ 3,5 bilhões.
Esse pedido revoltou a Oi. A empresa carioca divulgou um fato relevante discordando do movimento das três companhias.
“Claramente esta é uma notícia muito ruim para a Oi. Não receberá de imediato os R$ 1,4 bilhão extras retidos pelas três teles, e seu caixa de curto prazo ficará sob pressão enquanto o valor final a ser reajustado estiver em discussão”, cita o BTG.
Os analistas do banco de investimentos relatam que mesmo com o ajuste final de apenas 9% retidos pelas teles ainda impactaria de forma negativa de R$ 0,24 por ação da OIBR4.

E mesmo que o ajuste final seja “apenas” os 9% retidos pelas teles (R$ 1,4 bilhão), isso ainda equivaleria a um impacto negativo de R$ 0,24 por ação. Nesta terça, a OIBR4 opera com uma desvalorização na casa dos 2%.
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Etapas para liquidação dos valores restantes da Oi (OIBR4)
As próximas etapas para liquidar os valores restantes e/ou revisar as discrepâncias:
- a Oi tem 30 dias para analisar as solicitações das empresas de telecomunicações e emitir sua resposta;
- caso a Oi discorde (como já afirma), negociará com as três operadoras por 30 dias;
- caso não haja acordo, a Oi e as empresas de telecomunicações têm cinco dias úteis para contratar os serviços de um auditor independente;
- o auditor tem 30 dias para analisar os números e chegar a um valor final (se houver) a ser ajustado;
- a decisão do auditor é final e definitiva, o que significa que as empresas não podem ir a tribunal ou iniciar procedimentos de arbitragem.
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