Bernard Appy foi escolhido pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ser o secretário especial da reforma tributária. A escolha de Appy foi bem vista pelo mercado com o indicativo de que a futura gestão Haddad terá a reforma tributária como uma das suas prioridades.
Para entender o otimismo do mercado sobre a escolha de Bernard Appy, o portal EuQueroInvestir fez um perfil do economista que deve tratar sobre a reforma tributária durante o governo Lula.
Quem é Bernard Appy?
Bernard Appy tem 60 anos e nasceu na cidade de São Paulo. Ele é formado em Economia pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) em 1985. Posteriormente, Appy fez mestrado na mesma área na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Na trajetória profissional, o economista foi sócio-diretor da LCA Consultores em duas oportunidades: de 1995 a 2002 e de 2012 a 2014. Bernard trabalhou como diretor de Estratégia e Planejamento da BM&FBovespa entre os anos de 2009 e 2011. Além disso, ele presidiu o Conselho de Administração do Banco do Brasil e o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
No campo político, Appy foi secretário de Política Econômica durante o primeiro mandato do governo Lula (2003-2006), além de ter sido titular da Secretaria Extraordinária de Reformas Econômico-Fiscais. As duas pastas são vinculadas ao Ministério da Fazenda.
Bernard Appy conduz o Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), um think tank independente criado em 2015. A entidade realiza estudos e apresenta propostas para simplificar e aprimorar o sistema tributário brasileiro e o modelo de gestão fiscal do país.Entre os parceiros da iniciativa estão grandes empresas, como a Vale (VALE3), Braskem (BRKM5), Itaú Unibanco (ITUB4), Raízen (RAIZ4) e Huawei.
O economista nomeado por Haddad é considerado um dos pais da reforma tributária. Ele foi co-autor de uma das principais sugestões da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019, que trata justamente da reforma tributária, apresentada pelo federal Baleia Rossi (MDB-SP).
Appy entende que é preciso que, ao tratar de impostos que incidem sobre o consumo, a reforma tributária tenha um gatilho para blindar estados e municípios de eventual perda de arrecadação com projetos aprovados pelo Congresso Nacional, como por exemplo aconteceu com a diminuição do ICMS na reta final do governo Bolsonaro. Em 2022, estima-se que os estados e municípios deixaram de arrecadar R$ 124 bilhões.
Logo, o economista defende um gatilho para ter um aumento da alíquota de referência do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS, que deve agregar os demais tributos, como um Imposto sobre Valor Agregado), capaz de compensar desonerações aprovadas.
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