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Preços ao produtor nos EUA em março sobem 1,4%, acima da projeção do mercado

Preços ao produtor nos EUA em março sobem 1,4%, acima da projeção do mercado

O Índice de Preços ao Produtor (IPP o PPI na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 1,4% em março. A projeção do mercado era uma alta de 1,1%. 

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (13) pelo Departamento de Trabalho americano.

O núcleo do IPP, que exclui categorias voláteis, subiu 1% em março em comparação com o mês de fevereiro. O indicador também ficou acima das projeções, que era de 0,5%.

No acumulado dos últimos 12 meses, houve um crescimento de 11,2%, o maior crescimento desde que foram calculados pela primeira vez, em novembro de 2010.

PPI - Índice de Preços ao Produtor

Divulgação BTG Pactual

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Saiba o que o BTG Pactual (BPAC11) pensa sobre os dados do PPI

O PPI é um dos principais indicadores que medem a inflação ao produtor dos EUA. A equipe de Research do BTG Pactual (BPAC11) analisou os dados publicados pelo BLS (Bureau Labor of Statistics). 

Segundo os analistas, a aceleração do PPI foi influenciada pela alta nos preços dos segmentos vinculados às commodities, com destaque para energia e alimentos. Eles explicam que este cenário foi provocado pelo cenário geopolítico global incerto, como a Guerra na Ucrânia e as medidas de restrição sanitárias nos pólos econômicos da China. 

“Além dos avanços esperados nos segmentos ligados aos choques de preços atuais, a aceleração no setor de Serviços foi responsável pela deterioração da medida de núcleo, com forte aceleração de 0,4% para 1,0%. Os Serviços de Transportes e Armazenagem avançaram 5,5% no mês, movimento que corrobora com a piora das cadeias produtivas globais”, aponta o relatório do BTG.

Tá, mas e daí?

O banco de investimentos argumenta que, no curto prazo, a expectativa é uma desaceleração do PPI devido a normalização dos preços das commodities, mesmo que seja em um patamar elevado. 

Entretanto, o BTG ainda indica que há risco no curto prazo. Por conta dos impactos das medidas de lockdown na China nas cadeias produtivas globais e a oferta apertada de alguns insumos relevantes para o processo produtivo. 

Mesmo com a expectativa de diminuição da inflação americana, os números preocupam dado que há a possibilidade de repasse dos custos dos produtores para consumidores norte-americanos nos próximos meses.

“Mais do que isso, é importante notar que parte do PPI (serviços de saúde, por exemplo) é utilizado para antecipar os números do deflator do PCE, principal índice de inflação acompanhado pelo Fed. Desta forma, o viés é altista para a leitura de março”, justifica o relatório. 

Com este cenário à vista, o BTG Pactual aponta que a leitura da inflação ao produtor ainda produz um sentimento mais negativo em comparação com CPI, que foi divulgado ontem (12). Inclusive, ele apresentou a maior variação para um mês de março desde o ano de 1981. 

Tudo isso revela maiores pressões no núcleo inflacionário, com a manutenção do diagnóstico de que o quadro geral da inflação segue com resultado negativo e com maior persistência.

“Mais um vetor que reforça nosso call de alta de 50bps pelo Fed em maio, acompanhada de uma sequência expressiva de altas desse ritmo nas próximas reuniões”, conclui o relatório do BTG Pactual.