A caderneta de poupança registrou saques de R$ 3,3 bilhões em novembro, marcando o terceiro maior saque da história para o mês, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (8).
Este é o quinto resultado negativo consecutivo, mantendo junho como o único mês de 2023 em que houve entrada líquida de recursos na poupança.
O desempenho desfavorável da poupança persistiu, com os saques superando as aplicações, resultando em uma queda no saldo final da caderneta para R$ 963 bilhões.
Esse cenário reflete a tendência recente, com perdas significativas registradas nos meses anteriores, sendo que apenas junho contrariou essa trajetória com um ingresso líquido de recursos.
Por que o brasileiro deve sair da caderneta de poupança?
Apesar de ser uma opção tradicional e de fácil acesso, a caderneta de poupança não se mostra como um investimento eficiente a longo prazo. Uma das principais razões para isso é a perda real do poder de compra causada pela inflação. Em outras palavras, a valorização do dinheiro na poupança não acompanha o ritmo do aumento geral dos preços na economia.
Ao investir na poupança, o rendimento geralmente não é suficiente para superar a inflação, resultando em uma perda de poder aquisitivo ao longo do tempo. Em um contexto econômico onde a inflação é uma constante, como evidenciado nos últimos anos, é fundamental buscar alternativas de investimento que ofereçam retornos reais positivos, protegendo assim o capital contra a corrosão provocada pela inflação.
Os números recentes reforçam a importância de uma abordagem mais estratégica em relação aos investimentos, considerando opções que ofereçam melhores perspectivas de retorno e preservação do poder de compra, especialmente em um cenário econômico desafiador.
Investimentos que podem ser uma opção à poupança
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Os CDBs são como empréstimos que você faz aos bancos. Ao investir, você recebe seu dinheiro de volta com juros. Comparados à poupança, eles apresentam baixo risco e rendem mais. Além disso, são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
As principais diferenças incluem a rentabilidade atrelada a uma taxa de juros geralmente superior à poupança, rendimento diário em vez de mensal, e a possibilidade de alta liquidez dependendo do tipo de CDB.
Tesouro Direto
Este programa permite a compra e venda de títulos públicos emitidos pelo Governo Federal. Considerados muito seguros, os títulos são acessíveis, com investimentos a partir de aproximadamente R$ 30.
Existem três tipos de títulos públicos para diversificação: Prefixados, indicados para objetivos de médio e longo prazo; Tesouro Selic, de menor risco, ideal para iniciantes; Tesouro IPCA, indicado para proteção contra a inflação e objetivos de longo prazo.
Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
São títulos de renda fixa que direcionam investimentos para financiamentos imobiliários. Isentas de IOF e Imposto de Renda, as LCIs oferecem rendimento superior à poupança. Com aplicações acessíveis a partir de R$ 1 mil, é possível escolher entre opções prefixadas, pós-fixadas ou híbridas.
Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
Semelhantes às LCIs, as LCAs financiam recursos para o setor agrícola. Com aplicações a partir de R$ 500, oferecem opções prefixadas, pós-fixadas e híbridas.
Fundos Imobiliários (FIIs)
Apesar de terem risco por serem Renda Variável, os FIIs podem render mais que a poupança. Diversificam os investimentos em imóveis e os aluguéis geram rentabilidade mensal (via dividendos) compartilhada com os investidores.
Fundos Multimercados
Focados na diversificação, esses fundos investem em diferentes ativos, como moedas estrangeiras, ações, títulos públicos e letras de crédito. Apresentam maior potencial de rendimento a longo prazo em comparação com a poupança, mas são ativos voláteis e sujeitos a variações ao longo do tempo. A estratégia recomendada é focar no longo prazo e na diversificação.